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Os perigos da automedicação

Revisado pela Equipe de Redação da Medprev

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A maioria das pessoas, em algum momento da vida, já tomou algum medicamento sem a devida recomendação de um médico. A automedicação é um problema que traz riscos à saúde, consequências que muitas vezes nem sequer passam pela cabeça dos pacientes.

Para compreender quais são os riscos da automedicação, é preciso compreender as razões pela qual um remédio que funciona para alguém pode não funcionar para outra pessoa. Cada ser humano tem características próprias e certos grupos têm algumas particularidades que precisam ser observadas.

Por essa razão, em momento algum você deveria consumir qualquer tipo de medicamento se não houver um profissional de medicina autorizando você a fazê-lo.

Automedicação: causando mais problemas do que resolvendo

De acordo com dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), da Fundação Oswaldo Cruz, os medicamentos são a principal causa de intoxicação no Brasil, representando um perigo maior até mesmo do que produtos de limpeza, agrotóxicos e alimentos estragados.

Esse índice poderia ser significativamente menor se muitos pacientes não recorressem à automedicação, ou seja, ao consumo de remédios sem orientação de um médico. Ouvir indicações de amigos ou mesmo pesquisar na internet uma solução para o problema pode resultar em consequências muito mais graves para a saúde.

As razões para isso são muitas e vão desde a dosagem incorreta até os efeitos colaterais característicos de cada medicamento. Quando as contraindicações não são observadas, o remédio em questão pode até mesmo agravar os sintomas. No caso dos antibióticos, por exemplo, o uso indiscriminado pode aumentar a resistência dos microrganismos, comprometendo a eficácia do tratamento.

O que pode acontecer ao tomar medicamentos sem orientação

Vamos a um exemplo para que as coisas fiquem mais claras. Tomemos como referência o Paracetamol, um dos medicamentos mais vendidos em todo o Brasil. Ele é utilizado no combate às dores e atua na regulação da temperatura do corpo, diminuindo sintomas de febre.

Quando esse medicamento é metabolizado pelo fígado, uma pequena parte dele se transforma em uma substância tóxica chamada NAPQI. Em pequenas quantidades, não há problema algum, pois ela é rapidamente eliminada. Entretanto, o consumo excessivo pode fazer com que o fígado não dê conta de todo o NAPQI produzido, resultando em riscos de lesões permanentes e falência do órgão.

Além disso, muitas vezes não é apenas o excesso de Paracetamol que pode causar problemas. Quando o medicamento é combinado com bebidas alcoólicas ou ainda com outros remédios, como um Resfenol, pode tornar as coisas ainda mais difíceis, provocando uma overdose de certas substâncias.

Sem orientação, não consuma

Esse é apenas um entre os inúmeros exemplo que poderíamos citar. Muitas vezes, tomamos medicamentos sem orientação por conta de conselhos de pessoas bem intencionadas. No entanto, não há garantia que um medicamento que funcionou para uma pessoa funcionará para outra. Cada caso deve ser analisado particularmente – e cabe ao médico, durante a consulta, fazer a prescrição.

São vários fatores a serem observados. O primeiro deles são as contraindicações. Por mais que certos medicamentos sejam eficientes, na bula do remédio há uma indicação clara de quais são os grupos de pacientes que correm certos riscos ao consumir o produto.

Em segundo lugar, há que se observar a dose máxima diária. Como diz o ditado popular, “a diferença entre o remédio e o veneno é a dose”. Em teoria, para a maioria dos pacientes, três comprimidos de Paracetamol por dia podem resolver um problema, mas cinco podem causar uma overdose. Essa linha tênue entre quanto pode e quanto não pode ser consumido cabe ao médico a orientação.

Há que se analisar ainda a dosagem do medicamento. Um mesmo produto, como o Paracetamol, por exemplo, pode ser vendido em versões com 500 mg, 750 mg ou 1 g por comprimido. Muitas vezes, os pacientes que se automedicam não observam orientações como essa e acabam se intoxicando.

Consumir três comprimidos de 1 g representa a ingestão de 3 g diárias enquanto três comprimidos de 500 mg totalizam 1,5 g. No primeiro caso, você estará tomando o dobro da dose do segundo. Ou seja, para certos pacientes, essa diferença é significativa a ponto de ocasionar problemas de saúde mais graves.

Por fim, há ainda a questão do ciclo do medicamento. No caso dos antibióticos, a quantidade de comprimidos ingeridos em relação ao número dias do tratamento não é estabelecida por acaso. Deixar o tratamento no meio, antes de tomar o número mínimo de comprimidos, ou tomar comprimidos a mais do que o necessário pode, igualmente, resultar em problemas de saúde.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disponibiliza uma cartilha gratuitamente, explicando tudo sobre medicamentos e alertando sobre os motivos pelos quais os consumidores devem evitar tomar medicamentos que não tenham sido prescritos por um profissional de saúde. Você pode baixá-la neste link.

Não siga recomendações de amigos e familiares que já tomaram um determinado medicamento. Além de existir a possibilidade de, apesar de os sintomas serem iguais, o problema de saúde ser diferente, pode ser que você esteja em um grupo de risco para o medicamento ou que não suporte a dose recomendada.

Medicamentos só devem ser consumidos após o diagnóstico médico e sempre seguindo a orientação de um profissional de saúde capacitado para isso. Se estiver sentindo qualquer desconforto ou sintoma, marque uma consulta pelo Medprev e busque auxílio médico primeiro, para somente depois procurar uma farmácia.

Fonte(s): Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, US Food & Drug Administration, Revista Saúde, IDEC, Brasil Escola

24/02/2022   •   há 2 anos


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