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Gordura no fígado

8 sintomas de gordura no fígado (esteatose hepática)

Revisado pela Equipe de Redação da Medprev

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O fígado é um dos órgãos mais importantes do corpo do ser humano. Ele desempenha um papel fundamental no metabolismo do corpo, convertendo nutrientes, armazenando glicose e regulando os níveis de açúcar no sangue.

Naturalmente, o fígado contém gordura, porém, existe um limite que é considerado saudável.

Quando este limite é ultrapassado, ocorre a esteatose hepática (ou gordura no fígado), problema de saúde crescente no mundo todo.

Saiba mais sobre os 8 sintomas de gordura no fígado (esteatose hepática) a seguir.

O que é gordura no fígado?

A gordura no fígado se caracteriza pelo acúmulo de gordura no interior das células do órgão, sendo causada por diversas razões.

Estudos da OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmam que a gordura no fígado está presente em pelo menos 25% de toda a população mundial.

Se mais de 5% das células do fígado estiverem compostas por gordura, o quadro de saúde do paciente já é preocupante.

Caso não seja tratada de forma adequada, a esteatose hepática pode evoluir para quadros muito graves, como a cirrose hepática e até mesmo o câncer no fígado.

A esteato-hepatite não alcoólica (EHNA) ocorre em pessoas devido a fatores como obesidade, resistência à insulina, diabetes do tipo 2, dietas ricas em gorduras e estilo de vida sedentário.

Em casos onde não é tratada, evolui para condições como fibrose hepática e cirrose.

Já a esteatose hepática alcoólica é causada pelo consumo excessivo de álcool ao longo do tempo.

O álcool é metabolizado pelo fígado, por isso, seu consumo excessivo leva a uma sobrecarga de gordura nas células hepáticas.

Esse quadro clínico trata-se de um dos estágios iniciais da lesão hepática, podendo evoluir para doenças mais graves, como a hepatite alcoólica e a cirrose.

Em ambos os casos, o fígado costuma aumentar de tamanho e adquirir um aspecto amarelado não saudável.

É importante citar que a gordura no fígado também pode manifestar-se na infância e costuma atingir mais indivíduos do sexo feminino.

8 principais sintomas de gordura no fígado (esteatose hepática)

O problema de gordura no fígado está associado a diversos sintomas.

Contudo, é importante salientar que, em quadros mais leves, a doença é assintomática (ou seja, não apresentam sintomas).

Por essa razão, os sintomas costumam aparecer quando a condição já atingiu níveis mais graves ou quando surgem as complicações associadas.

Sintomas iniciais e manifestações clínicas

Os sintomas iniciais podem ser sutis ou inexistentes, porém, quando se manifestam, podem incluir:

  • Fadiga - ocorre devido ao estresse inicial do fígado e a inflamação associada à condição;
  • Desconforto abdominal - algumas pessoas podem sentir desconfortos na parte superior do abdômen, onde o fígado está localizado. Geralmente, está ligado à pressão exercida sobre os órgão, devido ao acúmulo de gordura.

Sintomas gerais do fígado gorduroso

Conforme a condição avança, a gordura no fígado pode desencadear sintomas cada vez mais característicos e que passam a ter um impacto maior na qualidade de vida e bem-estar do indivíduo acometido. Entre eles, estão:

  • Perda de apetite - o acúmulo de gordura no fígado pode levar à perda de apetite em alguns casos;
  • Sintomas gastrointestinais - os mais comuns são vômito, diarreia e náuseas, resultantes das disfunções hepáticas;
  • Resistência à insulina e diabetes - a esteatose hepática está frequentemente associada à resistência à insulina e diabetes tipo 2. Assim, alguns sintomas, como aumento da sede e micção frequente, podem estar presentes.

Sintomas avançados

Quando a gordura no fígado atinge estágios mais avançados, podem ocorrer sintomas mais graves e complicações . Confira parte deles a seguir.

Icterícia

A icterícia é uma condição médica que se manifesta pela coloração amarelada da pele, branco dos olhos e membranas mucosas.

Isto acontece devido ao acúmulo de bilirrubina (pigmento amarelo produzido pelo fígado devido à quebra de glóbulos vermelhos) no corpo.

Em condições normais, a bilirrubina é processada pelo fígado e, em seguida, eliminada de forma natural através da bile (líquido digestivo).

Porém, quando o fígado apresenta problemas, ela pode se acumular no sangue, resultando na condição.

Nem todas as pessoas com excesso de gordura no fígado desenvolverão a icterícia. Contudo, quando ela está presente, é sinal que a condição atingiu níveis mais avançados.

Sangramento gastrointestinal

A relação entre o sangramento gastrointestinal e o acúmulo de gordura no fígado está relacionada a diversos fatores, como:

  • Coagulopatia - uma das funções do fígado é a produção de várias proteínas envolvidas na coagulação do sangue. Quando esta função fica comprometida, ocorrem distúrbios de coagulação, aumentando o risco de sangramento;
  • Varizes esofágicas - o fígado danificado pelo acúmulo de gordura tem um aumento de pressão no sistema que transporta o sangue dos órgãos abdominais para o fígado. Esse aumento de pressão pode levar ao surgimento de varizes, resultado em hemorragias graves.

Possíveis complicações da gordura no fígado

Se mesmo com sintomas avançados, a gordura no fígado não for tratada, ela leva a diversas complicações graves, que inclusive, podem levar à morte do paciente.

Veja algumas delas abaixo.

Fibrose hepática

Quando o tecido cicatricial se acumula no fígado (resultado de lesão e inflamação crônica)), ocorre a fibrose hepática.

Ela é uma resposta a uma variedade de fatores, incluindo o consumo excessivo de álcool, condições metabólicas (como esteatose hepática), doenças autoimunes, entre outros problemas.

A relação entre a fibrose hepática e o acúmulo de gordura no fígado está ligada principalmente à forma não alcoólica da condição.

Ou seja, quando a esteatose hepática progride, ela pode levar à inflamação crônica do fígado, que por sua vez pode causar fibrose hepática.

Cirrose

A cirrose é uma condição caracterizada pela substituição do tecido hepático normal por tecido cicatricial fibroso. Isto ocorre devido aos danos sofridos pelo fígado ao longo do tempo, incluindo principalmente:

  • consumo excessivo de álcool;
  • hepatite crônica;
  • esteatose hepática (gordura no fígado).

Os sintomas da cirrose podem incluir fadiga, perda de peso, icterícia, inchaço abdominal, confusão mental, entre outros.

O diagnóstico precoce e o tratamento da esteatose hepática são cruciais para prevenir ou retardar a progressão para cirrose e outras complicações hepáticas graves.

Isso pode envolver mudanças no estilo de vida (como dieta e exercícios), controle de condições metabólicas (como diabetes e obesidade) e, em alguns casos, medicamentos específicos para tratar a esteatose hepática.

Confusão mental

A confusão mental pode estar relacionada ao excesso de gordura no fígado, uma vez que a condição pode afetar o funcionamento cognitivo.

Em resumo, a esteatose hepática pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, na qual moléculas inflamatórias circulantes podem afetar o funcionamento do cérebro.

Essa inflamação sistêmica está associada a distúrbios cognitivos, como dificuldade de concentração e confusão mental.

Diagnóstico da gordura no fígado

É importante salientar a importância de um diagnóstico precoce, que ajuda a prevenir complicações graves.

O clínico geral ou hepatologista pode avaliar a saúde do fígado do paciente por meio de diferentes exames, como o hemograma e a ultrassonografia abdominal.

Exames de sangue

Os exames de sangue podem ser utilizados para a avaliação da esteatose hepática. Níveis elevados de enzimas hepáticas, por exemplo, podem indicar inflamação ou dano ao fígado.

Ultrassonografia abdominal

A ultrassonografia abdominal é frequentemente utilizada como um método inicial de diagnóstico da esteatose hepática. Contudo, ela não é capaz de detectar quantidades menores de gordura no fígado, especialmente quando o volume é leve.

Na ultrassonografia, o fígado aparece mais brilhante do que o normal devido à reflexão do som pelas células de gordura.

Ressonância Magnética

A ressonância magnética é um método de imagem mais sensível e específico para detectar a gordura no fígado, quando comparada com a ultrassonografia. Ela fornece informações detalhadas sobre a quantidade e distribuição da gordura.

Biópsia Hepática

Considerada como exame padrão para o diagnóstico definitivo da gordura no fígado, a biópsia hepática permite avaliar a gravidade da doença.

Esse exame é feito por meio da remoção de uma parte do tecido para análise microscópica, ajudando a determinar a presença e a extensão da esteatose hepática.

Vale salientar que a biópsia, comumente, é indicada para casos onde há suspeita de gordura no fígado em fases avançadas ou em situações clínicas mais complexas.

Conclusão

Como visto no post "8 Sintomas de gordura no fígado (esteatose hepática)", os sintomas de gordura no fígado variam desde sinais sutis (ou mesmo inexistentes), até os mais avançados.

Em ambos os casos, o diagnóstico precoce (realizado por um clínico geral ou hepatologista) é fundamental para um tratamento e manejo eficaz da condição.

Ao reconhecer qualquer um dos sintomas listados, é indispensável a imediata busca por ajuda médica.

Os pacientes podem ser submetidos a testes diagnósticos, incluindo exames de sangue, ultrassonografia abdominal e, em casos específicos, ressonância magnética ou biópsia hepática, para confirmar o diagnóstico.

A gordura no fígado é uma condição reversível e pode ser tratada com mudanças no estilo de vida, como adoção de uma dieta equilibrada e realização de exercícios físicos, além de monitoramento regular (acompanhamento médico), para prevenir complicações mais graves.

29/08/2024   •   há 18 dias


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