6 sintomas da apendicite em crianças e adultos
Revisado pela Equipe de Redação da Medprev
A inflamação do apêndice é um problema bastante comum, atingindo 7% da população mundial. Porém, mesmo sendo frequente, essa inflamação é uma emergência médica que requer tratamento cirúrgico imediato, por isso é fundamental conhecer os sintomas da apendicite e procurar ajuda o mais rápido possível.
Isso acontece porque esse problema evolui muito rapidamente e, se houver demora no diagnóstico e na cirúrgica, aumenta-se o risco de ruptura do apêndice e de infecção generalizada, o que pode levar o paciente à morte.
O que é apendicite?
Apendicite é uma inflamação do apêndice, uma espécie de “bolsa” em formato de dedo de luva localizada no quadrante inferior direito do abdômen, na região em que o intestino delgado dá lugar ao intestino grosso. Ela é mais frequente da adolescência até os 30 anos, mas pode surgir em pessoas de todas as idades.
Na maior parte dos casos, a apendicite acontece quando há uma obstrução dessa pequena bolsa, geralmente causada por um fragmento de fezes endurecidas. Como consequência, o órgão fica inflamado e infectado, podendo se romper se não houver tratamento em tempo hábil.
Sintomas da apendicite
Embora a apendicite seja conhecida por causar uma dor abdominal muito forte, essa manifestação pode ser diferente para cada pessoa. Além disso, existem outros sintomas que podem indicar a presença da inflamação e contribuir para o diagnóstico.
Por se tratar de um quadro agudo, os sintomas costumam surgir de repente e se agravar em questão de horas. Porém, eles são bastante inespecíficos no início e podem ser confundidos com outro problema de saúde.
Conheça os principais sintomas da apendicite em crianças e adultos:
1. Dor abdominal
Como o apêndice é um órgão pouco inervado, o paciente com apendicite geralmente tem dificuldade em apontar o local exato da dor. Dessa forma, nas primeiras 6 a 8 horas, é comum que essa sensação seja percebida ao redor do umbigo ou na boca do estômago, migrando para o lado inferior direito do abdômen em cerca de 24 horas.
A dor é fraca no começo, mas tende a ficar mais forte com o passar do tempo, intensificando-se especialmente quando o paciente movimenta as pernas, tosse ou espirra e quando o médico apalpa o local. Uma dor insuportável aparece quando houve rompimento do apêndice, com consequente irritação do peritônio (a membrana de revestimento do abdômen).
Apesar disso, a dor pode ser generalizada em bebês e crianças pequenas ou menos intensa em idosos e gestantes, de forma que nem todos os casos de apendicite são caracterizados por um desconforto abdominal intenso.
2. Inchaço e enrijecimento local
Em função da inflamação, é comum que a região afetada fique inchada devido ao acúmulo de líquidos e que ocorra uma contração involuntária da musculatura. Em consequência, o abdômen pode aumentar de tamanho e ficar enrijecido ao toque, especialmente do lado direito inferior.
3. Perda do apetite, náuseas e vômitos
Esses são sintomas bastante comuns a diversas doenças, mesmo aquelas que não afetam diretamente o sistema gastrointestinal. Eles costumam surgir no início do quadro, junto com a dor abdominal, e se tornam um sinal de alerta quando a dor se intensifica.
Quando a dor migra para a região inferior direita do abdômen em cerca de 24 horas, esses sintomas se tornam bons indicadores de apendicite, pois estão presentes em 90% dos casos.
4. Febre
A febre da apendicite não costuma ser muito alta, permanecendo em torno de 37,5 e 38 graus. Ela geralmente surge durante a evolução da inflamação, e não no início da manifestação dos sintomas, e pode ser acompanhada por calafrios.
Quando a febre é muito elevada, esse é um sinal de que houve rompimento do apêndice e extravasamento de secreções e fezes para a cavidade abdominal – um quadro grave de inflamação e infecção.
5. Diarreia ou prisão de ventre
A apendicite prejudica todo o funcionamento do sistema digestivo e pode levar ao colapso do intestino, com o surgimento de sintomas como diarreia ou prisão de ventre. Entre essas duas manifestações, a constipação intestinal é a mais comum e costuma ser acompanhada por inchaço e enrijecimento da barriga.
6. Mal-estar geral
O processo inflamatório, os prejuízos às funções intestinais, a febre e a dificuldade em se alimentar levam o paciente a quadro de mal-estar geral, com certa apatia e desânimo. Os bebês e as crianças também podem apresentar irritabilidade, letargia e dificuldades de respiração causadas pela dor abdominal.
Tratamento e complicações da apendicite
O principal tratamento é a cirurgia para a remoção do apêndice, que costuma ser feita em caráter emergencial quando há uma forte suspeita de apendicite pela avaliação clínica. Em 90% dos casos, é possível fechar o diagnóstico apenas com o exame físico.
Se houver dúvidas, o paciente pode ser mantido em observação por pelo menos 12 horas para o acompanhamento da evolução do quadro. Além disso, podem ser realizados exames de sangue (que mostram um aumento no número de leucócitos, as células de defesa) e de imagem, como ultrassom e tomografia.
A cirurgia de apendicectomia (remoção do apêndice) costuma ser feita por vídeo, com a técnica de laparoscopia. Assim, são feitos três orifícios de menos de 1 cm, por meio dos quais são inseridos os instrumentos para a extração do órgão inflamado.
Como esse procedimento é muito menos invasivo que uma cirurgia com incisão (campo aberto), a recuperação do paciente é bem mais rápida e as cicatrizes são bastante discretas.
Contudo, se o paciente demorar em buscar tratamento ou a cirurgia não for feita em poucas horas, a apendicite pode se tornar fatal pelo rompimento do apêndice. Essa complicação faz com que haja o extravasamento de material fecal e bactérias para a cavidade abdominal, causando dor intensa, febre elevada e choque séptico, quando a infecção se espalha por todo o organismo e pode levar à morte em 30% a 40% dos casos.
Como a evolução do quadro é muito rápida, você deve procurar o médico imediatamente ao perceber os sintomas da apendicite, pois o tratamento realizado de forma precoce quase sempre resulta em recuperação total do paciente.
06/04/2022 • há 3 anos