Qual a diferença entre leucemia e linfoma?
Revisado pela Equipe de Redação da Medprev
A leucemia e o linfoma são dois tipos de câncer, mas essas doenças não formam um tumor localizado a princípio. Em vez disso, elas atingem células do sangue, que viajam pelo corpo todo e, depois, em fases mais avançadas, podem atingir um órgão específico. Mas você sabe qual a diferença entre leucemia e linfoma?
Esses dois cânceres têm em comum o fato de serem doenças hematológicas, ou seja, eles têm sua origem nas células sanguíneas. Entretanto, essas neoplasias apresentam algumas características diferentes entre si, como os tipos específicos de células acometidas e o local do corpo onde acontecem as mutações que levam à malignidade.
PRIMEIRA DIFERENÇA: O TIPO DE CÉLULA ATINGIDA
Uma das diferenças entre essas doenças está nos tipos de célula sanguínea que cada uma atinge. Para isso, antes é preciso saber que o sangue é composto por várias células diferentes, que são divididas entre glóbulos vermelhos (também conhecidos como hemácias), glóbulos brancos (que se subdividem em outros grupos) e plaquetas.
Um linfoma é um câncer que acontece quando os linfócitos, que são um tipo específico de glóbulos brancos, se tornam malignos. Já na leucemia, pode ocorrer a malignidade dos linfócitos, mas também de outras células sanguíneas.
SEGUNDA DIFERENÇA: ONDE SURGE O CÂNCER
Apesar de as duas doenças atingirem células do sangue que viajam pelo corpo, a leucemia e o linfoma surgem em lugares diferentes do nosso organismo. A leucemia é um tipo de neoplasia que se desenvolve na medula óssea, o tecido que fica dentro do nosso esqueleto e é responsável por produzir as células do sangue.
Já o linfoma se desenvolve dentro dos linfonodos, também conhecidos como gânglios linfáticos, e dentro do sistema linfático, responsável por transportar o líquido dos tecidos (linfa) até os vasos sanguíneos.
CONHECENDO MAIS SOBRE O LINFOMA
Os linfomas podem ser classificados em vários tipos, cada um com seu nível de agressividade e comportamento. A principal divisão se dá entre dois grupos: os linfomas de Hodgkin e os linfomas não Hodgkin.
No caso dos linfomas de Hodgkin, as células malignas se tornam muito diferentes das células saudáveis. Nos linfomas não Hodgkin, por sua vez, as células cancerosas conservam algumas de suas características originais. A diferenciação entre esses dois grupos de doença só é possível depois de uma biópsia e de uma avaliação detalhada dessas células.
Em geral, o linfoma de Hodgkin acomete com mais frequência pacientes de 15 a 40 anos e tem como fator de risco uma doença chamada mononucleose. Este é um tipo de câncer mais raro.
Já os linfomas não Hodgkin são bem mais comuns e se dividem pelo menos 40 subtipos. Eles podem surgir em pacientes de qualquer idade, embora sua frequência seja bem mais alta em pessoas de idade avançada. Esses linfomas têm em como fatores de risco doenças autoimunes (artrite reumatoide, psoríase etc.), AIDS/HIV, consumo excessivo de carne e ter feito tratamento contra um linfoma de Hodgkin no passado.
Os linfomas não Hodgkin são divididos entre linfomas agressivos e linfomas indolentes. Os linfomas agressivos podem levar a óbito em poucos meses se não forem tratados a tempo, mas felizmente eles respondem bem à quimioterapia quando o diagnóstico é precoce.
Os linfomas indolentes apresentam um crescimento mais lento, de forma que o paciente pode conviver com a doença durante vários anos. Porém, é difícil chegar à cura desse câncer, pois ele não responde bem à quimioterapia. Nesse caso, o médico pode optar por não fazer um tratamento, principalmente quando se trata de um paciente mais idoso.
Sintomas do linfoma
O primeiro sintoma que costuma ser percebido em um linfoma é o inchaço dos linfonodos, que se localizam nas axilas, virilhas, atrás dos joelhos e pescoço. Popularmente, esse sintoma é conhecido como íngua, mas nem toda íngua significa um câncer.
As ínguas causadas por infecções são bastante dolorosas, enquanto as ínguas causadas pelos linfomas não doem. Além desse sintoma, também podem surgir suor noturno, perda de peso e febre aparentemente sem motivo.
CONHECENDO MAIS SOBRE A LEUCEMIA
A leucemia se origina na medula óssea quando os glóbulos vermelhos, os glóbulos brancos ou as plaquetas sofrem mutações e se tornam malignas, podendo até mesmo substituir as células sanguíneas saudáveis.
Essa doença se divide em dois tipos principais, a leucemia mieloide e a leucemia linfoide, que se diferenciam pelo tipo de célula que se torna maligno. No caso da leucemia mieloide, a mutação ocorre nos glóbulos brancos chamados de neutrófilos, basófilos, eosinófilos e mastócitos. No caso da leucemia linfoide, a malignidade surge nos linfócitos (aquela mesma célula do linfoma).
Esses dois tipos de leucemia ainda podem se dividir em leucemias agudas e leucemias crônicas. A leucemia aguda é uma doença que progride de forma muito rápida, enquanto a leucemia crônica apresenta sintomas mais tardios.
O tipo mais comum de leucemia aguda é a chamada leucemia linfoide aguda, que corresponde a 30% dos casos de câncer em crianças. O tratamento é feito com radioterapia, quimioterapia e o transplante de medula óssea.
Nos adultos, o tipo mais comum é a leucemia mieloide crônica, que afeta mais os pacientes com idade mais avançada (cerca de 80% das leucemias em adultos são dessa categoria). O tratamento é feito com quimioterapia e transplante de medula óssea.
Sintomas da leucemia
A febre alta acompanhada por suor noturno, calafrio e perda de peso corresponde ao primeiro sintoma da leucemia. Em seguida, podem surgir outros sinais como ínguas, aumento do baço, anemia, redução do número de plaquetas, dores nos ossos, sangramento fácil do nariz ou da gengiva e manchas roxas na pele.
É mais comum que os sintomas apareçam em casos de leucemia aguda, pois a leucemia crônica evolui de forma mais lenta e pode até mesmo ser assintomática, sendo descoberta em um exame de sangue de rotina por acaso.
O QUE FAZER SE VOCÊ PERCEBER ALGUM SINTOMA DE LINFOMA OU LEUCEMIA
Os sintomas do linfoma e da leucemia são pouco específicos e podem ocorrer em várias outras doenças muito mais comuns e completamente curáveis. Por isso, eles não indicam necessariamente a presença de um câncer.
Porém, caso você perceba um conjunto de sinais aparentemente sem explicação, principalmente alterações no hemograma, é recomendável procurar um hematologista ou um oncologista o mais rápido possível.
Entender qual a diferença entre leucemia e linfoma é importante, mas o diagnóstico precoce e o tratamento correto são absolutamente essenciais para aumentar as chances de cura do paciente.
Fonte(s): Abril, A. C. Camargo Cancer Center, ISSEM e Hospital de Câncer de Barretos
Esses dois cânceres têm em comum o fato de serem doenças hematológicas, ou seja, eles têm sua origem nas células sanguíneas.
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24/02/2022 • há 3 anos