Quais são os tipos de candidíase e como tratar?
Revisado pelo(a) Dr. Hertz Bezerra Alves, CRM/MG 80581 , Médico Generalista - RQE 80581
Quando se fala em candidíase, muitas pessoas associam essa doença às mulheres e às infecções vaginais. Embora essa relação seja a mais comum, não é a única possível. Homens também podem ser acometidos pelos muitos tipos de candidíase existentes.
Conhecer mais detalhes sobre ela é fundamental para buscar auxílio médico ainda no início da manifestação dos primeiros sintomas.
Nesse artigo sobre quais são os tipos de candidíase e como tratar, aprenda sobre a doença, principais causas e as formas mais comuns de manifestação da doença.
O QUE É CANDIDÍASE?
A candidíase é uma infecção causada por um fungo que frequentemente afeta a vagina, mas também pode aparecer em locais como boca (o popular “sapinho”), garganta, pênis, pele, unhas e até mesmo o sangue.
Ou seja, diferentemente do que muitos imaginam, não se trata de uma doença exclusivamente feminina.
A Candida albicans, espécie de fungo que causa essa infecção, existe naturalmente no corpo sem causar prejuízos.
Porém, há algumas situações que favorecem o desenvolvimento excessivo desse microrganismo, levando ao surgimento da candidíase.
Uma delas está ligada às temperaturas mais altas e umidade na região genital, uma vez que longos períodos utilizando roupas íntimas molhadas ou úmidas impedem a ventilação, favorecendo a proliferação fúngica.
Além disso, quedas na imunidade (como em gestantes e diabéticos), uso de antibióticos (que alteram o pH e a flora vaginal), estresse, pacientes imunossuprimidos (fazem uso contínuo de corticoides, em tratamento de HIV e transplantados) e o uso de método anticoncepcional combinado (como pílulas contendo estrogênio), estão entre as causas mais recorrentes.
COMO A CANDIDÍASE É TRANSMITIDA?
De acordo com o Ministério da Saúde do Brasil, a candidíase não é considerada uma Doença Sexualmente Transmissível (DST).
Contudo, a transmissão pode ocorrer, de maneira menos comum, através de:
- relações sexuais desprotegidas;
- de mãe para filho em casos de parto normal;
- por meio de objetos ou roupas íntimas contaminadas;
- contaminação a partir do sistema gastrointestinal.
Mesmo pessoas que ainda não iniciaram a vida sexual (como crianças e adolescentes) ou que não estão sexualmente ativas, podem desenvolver essa condição.
Os principais sintomas da candidíase, são:
- vermelhidão e coceira intensa na vulva;
- corrimento esbranquiçado e grumoso, semelhante ao leite coalhado;
- dor ou ardência ao urinar;
- dor durante a relação sexual.
Caso não seja identificada e tratada em estágio inicial, pode se tornar uma infecção reincidente e causar complicações em órgãos como rins e pulmões, com possibilidade de levar a óbito.
QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS TIPOS DE CANDIDÍASE?
Quando se trata de candidíase, podem ser listados pelo menos oito possibilidades distintas.
As principais formas de candidíase são as seguintes:
- Candidíase vaginal: estima-se que ao longo da vida, cerca de 75% das mulheres desenvolverão algum episódio de candidíase vaginal. Ela é mais comum em mulheres em idade fértil e seu sintoma característico é a coceira na região genital. Sensações de ardência ou queimação na área ao redor da vulva também são frequentes, além de corrimento esbranquiçado e grumoso;
- Candidíase no pênis: embora seja menos comum, os homens também podem desenvolver candidíase, em especial quando a higiene do local não é feita de maneira correta. Conhecida como balanopostite, pode causar inchaço, vermelhidão, coceira e dor na glande;
- Candidíase oral: essa forma de candidíase é um sinal de alerta para distúrbios na flora de germes. Diabetes e doenças que causam diminuição da salivação potencializam essa condição. Lesões brancas de aspecto cremoso aparecem na língua, lábios, na parede interna das bochechas, no céu da boca, gengiva ou amígdalas;
- Candidíase de esôfago: quando essa manifestação da doença ocorre, é sinal de que há algo de errado com o sistema imunológico. A infecção pelo HIV é uma das principais causas de esofagite por Candida, que causa dor ao engolir, além de dores no peito;
- Candidíase na pele (intertrigo): as dobras cutâneas são os locais mais acometidos pela candidíase na pele. Virilha, axilas, bolsa escrotal, região embaixo das mamas e entre os dedos são os locais mais comuns onde a doença se manifesta. O intertrigo candidiásico é caracterizado por placas avermelhadas na pele, que podem coçar ou doer;
- Candidíase no trato urinário: pacientes hospitalizados são mais suscetíveis a apresentarem candidíase no trato urinário. A cistite por Candida também é assintomática, sendo percebida apenas em alterações nas análises de urina. Outra possibilidade é a manifestação sintomática, com sintomas semelhantes aos da cistite bacteriana, como dor para urinar e micção frequente;
- Endoftalmite por Candida: trata-se de inflamação no globo ocular causada por Candida, e que pode se desenvolver após trauma ou cirurgia ocular. O principal sintoma é diminuição da acuidade visual e alguns pacientes podem apresentar também dor nos olhos;
- Candidíase disseminada: pacientes com sistema imunológico debilitado podem ter a Candida albicans multiplicada de forma descontrolada, o que afeta o sangue e os órgãos vitais. A candidíase invasiva é um quadro grave, não só pela invasão dos órgãos, mas porque o paciente costuma estar imunossuprimido (ou seja, com deficiência imunológica).
Conclusão
Como mostrado no post "Quais são os tipos de candidíase e como tratar?", ao perceber qualquer um dos sintomas acima, o paciente deve agendar uma consulta com um clínico geral ou com um especialista para identificação do problema, realização de exames laboratoriais e início do tratamento - que varia de acordo com o paciente.
Embora o tratamento seja simples na maioria dos casos, é fundamental entender as causas do problema para evitar uma nova ocorrência da infecção.
22/04/2024 • há 7 meses