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Ronco: o que é, causas e tratamento

Revisado pela Equipe de Redação da Medprev

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Os roncos são causa de discórdia entre muitos casais, já que não é nada agradável passar a noite em claro porque o parceiro ou a parceira faz barulhos ensurdecedores enquanto dorme. Se você se identifica com essa situação, o primeiro passo para resolvê-la é entender quais são as causas do ronco – afinal, ninguém ronca porque quer!

Como acontece o ronco

Durante o sono, a língua e os músculos do pescoço relaxam e isso pode causar um estreitamento das vias aéreas superiores. Quando a pessoa respira e o ar passa por esses tubos, ocorre uma vibração da laringe e da úvula (a “campainha” da garganta), gerando os ruídos característicos do ronco, que podem ter intensidades variadas.

Os ruídos do ressonar, que soam como uma respiração pesada, nem sempre são considerados patológicos, principalmente quando a pessoa dorme de barriga para cima.

Porém, quando há uma grande vibração dos tecidos pela passagem do ar, algo que se agrava quando a respiração nasal está obstruída por algum motivo, esses ruídos ficam mais intensos, dando origem ao ronco verdadeiro e que pode levar a problemas de saúde mais graves.

Fatores que agravam o ronco

Embora o ressonar seja considerado normal, ele pode ser agravado por alguns fatores e se transformar em ronco. Dependendo da causa, o ronco pode ser uma condição temporária, que se resolverá em algum tempo, ou pode precisar de um tratamento mais complexo. Confira alguns dos principais fatores:

  • Dormir de barriga para cima: nessa posição, há uma tendência a abrir um pouco a boca, de forma que a mandíbula se desloca e passa a pressionar a faringe, além de a língua cair um pouco para trás. Isso diminui ainda mais o calibre das vias aéreas, favorecendo o ronco;
  • Nariz entupido: a obstrução nasal causada por gripes, resfriados, rinite alérgica, sinusite e outras doenças interrompe a passagem de ar pelo nariz, fazendo com que a pessoa respire pela boca e produza ruídos mais intensos;
  • Consumo de álcool: as bebidas alcoólicas produzem um efeito relaxante em toda a musculatura, inclusive a das vias aéreas, que ficam mais propensas à vibração;
  • Remédios para dormir: medicamentos da classe dos diazepínicos (conhecidos como “calmantes” ou ansiolíticos) promovem um relaxamento da musculatura, da mesma forma que o álcool;
  • Tabagismo: tende a irritar a faringe, levando a um inchaço local que a torna mais estreita e dificulta a passagem do ar;
  • Flacidez da musculatura: a vibração que gera o ronco pode ser resultado de uma flacidez nos músculos das vias respiratórias, uma condição mais comum em pessoas mais velhas. Nesse caso, exercícios de fonoaudiologia podem resolver o problema ao fortalecer a região;
  • Obesidade: a gordura acumulada na região do pescoço comprime ainda mais as vias respiratórias e aumenta a intensidade da vibração, favorecendo os roncos;
  • Alterações estruturais: amídalas e adenoides muito grandes, desvio de septo, pólipos nasais, hipertrofia de cornetos e até mesmo tumores podem causar uma obstrução crônica do nariz, obrigando a pessoa a respirar pela boca;
  • Refluxo gastroesofágico: pode causar o fechamento das pregas vocais durante o sono e provocar um inchaço das vias aéreas.

Apneia do sono: a causa mais grave de ronco

Além dos fatores acima, existe a chamada Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono, considerada a causa mais grave do ronco. Nessa condição, a pessoa emite ruídos muito altos quase todas as noites, os quais são entrecortados por paradas respiratórias pelo menos cinco vezes durante uma hora.

A apneia do sono é mais comum em homens obesos com mais de 40 anos que tenham histórico familiar da síndrome e pressão alta, mas pode acontecer com qualquer pessoa. Em adultos, consideram-se como apneia interrupções da respiração que durem mais de 10 segundos; nas crianças, que têm uma reserva de oxigênio menor, 2 ou 3 segundos sem respirar já podem ser suficientes para caracterizá-la.

Essas paradas respiratórias são resultantes da obstrução da faringe, o que leva a pessoa a emitir sons como se estivesse sendo sufocada ou se engasgando. Embora esses ruídos possam ser bastante assustadores para quem os ouve, eles não levam a pessoa à morte, porque ela acabará acordando se ficar sem respirar por um tempo maior.

Isso, porém, não significa que a apneia do sono não deva ser tratada. A primeira consequência da síndrome é um prejuízo na qualidade do sono, deixando a pessoa cansada e com dificuldades para se concentrar, atrapalhando sua produtividade e aumentando o risco de acidentes ao operar máquinas ou veículos.

Além disso, essas paradas respiratórias frequentes provocam uma queda na oxigenação do sangue, levando a um aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca. Como a pessoa se “engasga” e volta a respirar, ela retoma a oxigenação – o problema é que essa inconstância nos níveis de oxigênio é um fator de risco importante para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como hipertensão, arritmia cardíaca, infarto e acidente vascular cerebral.

Tratamento do ronco e da apneia do sono

Se você ronca ou dorme ao lado de um “roncador”, saiba que você não está condenado a ter seu sono interrompido por esses ruídos eternamente, pois existe tratamento para esses problemas. Algumas possibilidades são:

  • Uso de “aparelho do ronco” intraoral, parecido com um aparelho ortodôntico;
  • Uso do CPAP, uma máscara conectada a um compressor de ar;
  • Cirurgia para remover ou corrigir obstáculos que prejudicam a respiração;
  • Exercícios de fonoaudiologia para fortalecer a musculatura;
  • Perda de peso no caso de pessoas obesas;
  • Adoção de hábitos saudáveis, como o abandono do álcool e do cigarro.

Roncar ou dormir ao lado de alguém que ronca não é nada agradável, mas, agora que você conhece quais são as causas do ronco, fica mais fácil entender que esses ruídos são um sinal do organismo de que algo não vai bem. Por isso, é sempre importante investigar caso a sinfonia persista por várias noites.

Fonte(s): Drauzio, Portal Otorrino, Minuto Saúde e Saúde

30/07/2024   •   há 4 meses


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