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Hanseníase: o que é, sintomas, causas, diagnóstico, tratamento e prevenção

Revisado pela Equipe de Redação da Medprev

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Você sabia que o último domingo de janeiro marca o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase? Antigamente conhecida como lepra, a hanseníase hoje é uma doença rara, mas o Brasil é o segundo país a registrar o maior número de casos no mundo todo.

Por isso, que tal aproveitar a proximidade da data para saber mais sobre ela e conhecer as formas de prevenção?

O que é hanseníase?

A hanseníase é uma doença contagiosa causada pela Mycobacterium leprae, uma bactéria também conhecida como bacilo de Hansen em homenagem ao cientista que descobriu esse microrganismo.

Antigamente, ela era conhecida como lepra, nome que carrega um grande estigma e reforça a discriminação contra as pessoas que têm a doença. Por isso, prefere-se evitá-lo hoje em dia.

Os principais sintomas da hanseníase são as manchas na pele, mas sua transmissão acontece quando uma pessoa sem a doença entra em contato com o bacilo de Hansen presente em gotículas de saliva expelidas por pessoas infectadas que não estejam em tratamento.

É importante saber que indivíduos em tratamento contra a hanseníase podem ter um número muito baixo de bacilos em seu organismo, o que torna a transmissão muito difícil.

Como são as manchas de hanseníase

Sem dúvida, o principal sintoma da hanseníase são as manchas na pele. Por isso, é importante saber mais sobre como elas se manifestam:

  • As manchas costumam ser esbranquiçadas, avermelhadas ou pardas;
  • Elas podem atingir qualquer parte do corpo, mas geralmente aparecem nas mãos, pés, face, orelhas, tronco, nádegas e pernas;
  • A região da mancha fica dormente e pode deixar de sentir as diferenças de temperatura (perda da sensibilidade térmica), o toque (perda da sensibilidade tátil) e a dor;
  • As manchas podem ficar mais quentes do que o restante da pele;
  • Pode haver redução no número de pelos no local da mancha; Algumas áreas do corpo podem apresentar diminuição do suor.

Outros sintomas da hanseníase

Embora seja famosa por afetar a pele, a hanseníase pode ser manifestar por meio de outros sintomas, incluindo:

  • Inchaço nas extremidades (mãos e pés) e da face;
  • Dormência ou sensação de agulhadas nos membros superiores e inferiores;
  • Perda da força muscular;
  • Dores e inchaço nas articulações;
  • Feridas nas pernas e nos pés;
  • Nódulos avermelhados e/ou doloridos espalhados pelo corpo.

O intervalo entre o contágio e o surgimento dos primeiros sintomas (período de incubação) da hanseníase costuma ser de 2 a 5 anos, mas há casos em que a doença se manifestou em apenas 6 meses ou até 10 anos depois.

Complicações da hanseníase

As pessoas com hanseníase sofrem discriminação principalmente por causa das complicações dessa doença. Embora raramente leve à morte, as sequelas incluem deformações e deficiências, criando assim o estigma.

Como a pessoa perde a sensibilidade do tato e sente menor dor, ela fica mais sujeita a queimaduras, cortes e outros ferimentos. Por isso, se não for tratada, com o tempo a hanseníase pode levar à perda dos dedos das mãos e dos pés.

Podem acontecer deformações no nariz pela “queda” da cartilagem, e o surgimento de nódulos no rosto pode deixar a pessoa desfigurada. Nos homens, a hanseníase pode levar à disfunção sexual (impotência) e à infertilidade.

Diagnóstico da hanseníase

O diagnóstico da hanseníase costuma ser feito por meio da avaliação clínica e do exame físico do paciente, incluindo:

  • Avaliação do histórico médico do paciente;
  • Testes de sensibilidade para detectar regiões com redução do sentido do tato;
  • Palpação de nervos em busca de espessamentos;
  • Avaliação da força muscular e motora;
  • Inspeção de olhos, nariz, braços e pernas;
  • Teste da mobilidade das articulações de mãos e pés.

Se necessário, o médico pode solicitar a baciloscopia, um exame de laboratório que analisa amostras coletadas nas lesões do paciente para verificar a presença do bacilo de Hansen (a bactéria causadora da hanseníase).

Como é feito o tratamento?

Apesar de ser uma doença assustadora, a hanseníase tem cura. O tratamento é feito com medicamentos tomados por via oral e pode evitar as sequelas. Além disso, logo no início do tratamento, a pessoa deixa de transmitir o bacilo de Hansen, evitando que outros indivíduos contraiam a doença.

A duração do tratamento da hanseníase varia conforme o grau da infecção, podendo ser necessário utilizar os medicamentos por 6 ou 12 meses. Para isso, geralmente são empregadas diferentes doses dos antibióticos rifampicina, dapsona e clofazimina, de acordo com o critério médico.

Vale esclarecer que a rifampicina pode diminuir a eficácia das pílulas anticoncepcionais, mas o tratamento da hanseníase não interfere na gravidez nem na amamentação.

Como prevenir?

A hanseníase não é uma doença altamente contagiosa. Para adquirir a infecção, é preciso que haja contato muito próximo e prolongado com as secreções expelidas por uma pessoa que tem a doença.

Porém, é importante que as pessoas com hanseníase sejam diagnosticadas rapidamente e façam o tratamento o quanto antes, já que isso evita a transmissão da bactéria.

Por isso, caso você tenha suspeitas de hanseníase ou de qualquer outra doença, utilize o aplicativo ou o site do MEDPREV para marcar uma consulta e esclarecer todas as dúvidas.

06/04/2022   •   há 3 anos