Quais as diferenças entre dengue, chikungunya, zika e virose?
Revisado pela Equipe de Redação da Medprev
As chuvas e as altas temperaturas que caracterizam o verão em várias regiões brasileiras aumentam os casos de diversas doenças transmitidas por insetos. Com sintomas semelhantes, nem sempre é possível identificá-las em casa, mas existem algumas diferenças entre dengue, chikungunya e zika para prestar atenção.
A confusão aumenta quando entram em cena os diagnósticos de virose, trazendo ainda mais dúvidas. Apesar disso, conhecer alguns detalhes sobre essas doenças pode nos ajudar a entender melhor as diferenças entre elas.
Afinal, o que é virose?
Pais e mães de crianças pequenas logo descobrem que quando, seus filhos ficam doentes, há uma grande possibilidade de eles serem diagnosticados com “virose”. Isso significa que o mal-estar se trata de uma infecção e foi causado por um vírus, e não uma bactéria, um fungo ou outro microrganismo.
Com base no estado do paciente observado na consulta, o médico geralmente não solicita exames para diagnosticar a virose, pois os mais tradicionais (exame de sangue, exame de urina e raio X, por exemplo) costumam estar inalterados.
Além disso, raramente é possível identificar o tipo de vírus específico, de forma que o conjunto dessas infecções, comuns em crianças que começar a frequentar a escola, é chamado de “virose”.
Essas infecções costumam durar até 10 dias e incluem sintomas como diarreia, febre, vômito, dor muscular, dor de cabeça, tosse e secreção nasal, entre outros, que se manifestam de forma leve. Contudo, quando se trata de dengue, chikungunya ou zika, os sintomas podem ser muito mais severos, de forma que essas doenças não são chamadas de viroses.
Diferenças entre dengue, chikungunya e zika
Além de serem transmitidas pelo mosquitoAedes aegypti (embora sejam causadas por vírus diferentes), a dengue, a chikungunya e a zika têm vários sintomas em comum. Porém, alguns deles são mais ou menos intensos em cada uma dessas doenças, de modo que a sua combinação dá boas pistas na hora de diferenciá-las. Conheça as principais diferenças:
Dengue
A dengue costuma ter os sintomas mais intensos entre essas doenças e também é considerada a mais agressiva em função do maior número de mortes no mesmo período.
O sintoma mais característico é a febre alta, acima de 38 graus, que pode durar de 4 a 7 dias. O quadro clássico da dengue inclui outras manifestações clínicas, por exemplo:
- Dor de cabeça intensa;
- Dor no fundo dos olhos;
- Dor muscular e óssea;
- Fadiga;
- Manchas vermelhas na pele a partir do terceiro dia de febre, especialmente no tórax e nos braços;
- Sintomas comuns a viroses (diarreia, vômitos, tosse e congestão nasal).
Um paciente com dengue clássica costuma se recuperar em cerca de 5 a 7 dias e não apresenta sequelas. Contudo, em casos de dengue hemorrágica (quando a pessoa tem dengue pela segunda vez, mas de um sorotipo diferente), as alterações no organismo resultam em sangramentos intensos que podem ser fatais por causar choque e dificuldades respiratórias.
Chikungunya
A principal diferença da chikungunya em relação à dengue e à zika são as dores nas articulações. Embora esse sintoma possa aparecer nas três doenças, ele é muito mais frequente e intenso nos pacientes com chikungunya, chegando a proibir os movimentos.
A dor pode atingir qualquer articulação, mas é mais comum nos dedos das mãos, pulsos e tornozelos. Em alguns casos, ela permanece por vários meses, prejudicando a qualidade de vida dos pacientes. Os outros sintomas costumam durar cerca de duas semanas e incluem:
- Febre alta (acima de 38 graus) por 2 a 3 dias;
- Manchas vermelhas na pele a partir do segundo dia de febre;
- Sintomas comuns a viroses (diarreia e vômitos).
A chikungunya raramente leva a óbito, e os casos fatais costumam estar relacionados a doenças pré-existentes. O tratamento é apenas sintomático, principalmente para combater a febre e a dor nas articulações, mas alguns pacientes podem precisar de fisioterapia.
Zika
A maior parte dos sintomas da zika é mais leve do que na dengue e na chikungunya, e cerca de 75% dos pacientes não apresentam nenhuma manifestação clínica da doença, podendo nem saber que foram infectados.
Porém, nos casos sintomáticos, o sinal mais frequente da zika é o rash cutâneo acompanhado por coceira intensa a ponto de não deixar a pessoa dormir. A lista de sintomas também pode incluir:
- Febre mais baixa e menos duradoura que a da dengue e a da chikungunya (menos de 38 graus por a 1 a 2 dias);
- Dores nas articulações mais leves do que na chikungunya;
- Dores de cabeça e musculares mais leves do que na dengue;
- Hiperemia conjuntival (olhos avermelhados, sem coceira nem pus).
A zika não costuma levar os pacientes a óbito e seus sintomas desaparecem em uma semana. Porém, essa doença pode ser muito perigosa quando acomete gestantes, pois o vírus provoca malformação cerebral nos fetos, causando microcefalia, aborto espontâneo ou morte do bebê logo após o nascimento. Outra complicação é a síndrome de Guillan-Barré, que ataca o sistema nervoso e causa paralisia.
Mesmo conhecendo essas diferenças entre dengue, chikungunya, zika e virose, pode ser difícil distingui-las sozinho. Por isso, ao perceber febre alta persistente e outros sintomas, sempre busque atendimento com o clínico geral, disponível pelo MEDPREV.
Fonte(s): Tua Saúde, Agência Brasil e Mundo Educação
24/02/2022 • há 3 anos