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Câncer de Mama: o que é, sintomas e tratamento

Revisado pela Equipe de Redação da Medprev

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No Brasil, o câncer de mama é o segundo tipo da doença que mais acomete as mulheres.

A conscientização é uma das principais aliadas da prevenção. Por essa razão, conhecer mais sobre a doença é capaz de salvar vidas.

Conheça sobre o câncer de mama: o que é, sintomas e tratamento a seguir.

O que é o câncer de mama?

Câncer ou tumor maligno é a multiplicação anormal e descontrolada de células no corpo.

No caso do câncer de mama, a doença é causada pela multiplicação desordenada de células da mama, ou seja, elas adquirem características anormais causadas por uma ou mais mutações no seu material genético.

No início, essa alteração pode se localizar apenas na mama, porém, quando não tratado, pode migrar para a corrente sanguínea e se implantar em outros órgãos, o que é chamado metástase.

Tipos de câncer de mama

O câncer de mama é uma doença que pode se apresentar de maneiras diferentes no corpo da mulher.

Por isso, a doença é definida em alguns tipos (o que é determinante na escolha do tratamento adequado), como:

  • Carcinoma ductal in situ - essa é uma forma inicial de neoplasia (tecido anormal), em que as células com características malignas não se espalham para os tecidos mamários próximos ao ducto, nem para outros órgãos. Geralmente, esse tipo de câncer de mama não apresenta sintomas e é diagnosticado pela mamografia;
  • Invasivo - geralmente, tem início nos ductos mamários e pode se espalhar para outros órgãos através do sangue e do sistema linfático;
  • Triplo negativo - considerado um dos tipos mais agressivos, representa cerca de 10 a 15% dos casos. O tratamento geralmente inclui a quimioterapia, por ser um tumor agressivo e de crescimento acelerado;
  • Inflamatório - embora seja um tipo agressivo e de crescimento rápido, felizmente representa apenas 5% dos casos. Uma vez diagnosticado, o tratamento é feito com quimioterapia e retirada total da mama afetada com esvaziamento axilar;
  • Doença de Paget - tipo raro de câncer de mama, se manifesta na pele do mamilo, podendo se estender para a aréola. O diagnóstico é realizado através da biópsia do mamilo e, na maioria dos casos, a doença vem associada a nódulos ou microcalcificações;
  • Angiossarcoma - tipo raro, acomete as células dos vasos sanguíneos ou do sistema linfático. Por se tratar de um tumor que tem rápida disseminação para outras áreas do corpo, é recomendada a mastectomia;
  • Tumor filóide - é uma lesão com característica de benignidade, bordas regulares e circunscritas. Contudo, são nódulos de rápido crescimento.

Sintomas do câncer de mama

No início, comumente o câncer de mama não provoca sintomas, sendo muitas vezes diagnosticado apenas em exames de rotina.

Contudo, em estágio avançado, pode causar dor, geralmente associada a outros sinais como:

  • coceira na mama ou no mamilo;
  • inversão do mamilo;
  • saída de secreção dos mamilos;
  • alterações no formato ou tamanho da mama;
  • pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço;
  • pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com uma casca de laranja.

Apesar do nódulo na mama ser considerado preocupante por muitas mulheres, em grande parte das vezes (70%-80%), são benignos.

Caso perceba um nódulo ou qualquer alteração suspeita na mama, é recomendado consultar-se com um ginecologista ou mastologista.

Causas do câncer de mama

O câncer de mama não tem uma causa única, pois vários fatores estão relacionados ao aumento do risco de desenvolvimento da doença.

Porém, é importante lembrar que ter um ou mais fatores não significa que a mulher terá câncer de mama.

Confira abaixo alguns dos fatores de risco para o câncer de mama.

Fatores de risco modificáveis

Entre os fatores de risco que podem ser mudados ao longo da vida, estão:

  • obesidade;
  • sedentarismo;
  • tabagismo;
  • consumo de bebidas alcoólicas;
  • consumo excessivo de alimentos ricos em gordura saturada;
  • uso de terapia de reposição hormonal na pós-menopausa;
  • uso de pílulas anticoncepcionais;
  • não ter filhos ou ter filhos após os 35 anos de idade;
  • não amamentar;
  • excesso de peso na menopausa;
  • baixos níveis de vitamina D;
  • alta exposição a poluentes e agrotóxicos.

Fatores de risco não modificáveis

Entre os fatores de risco que não podem ser mudados ao longo da vida, estão:

  • Gênero - esse é considerado o principal fator de risco, pois o câncer de mama é uma doença que atinge principalmente as mulheres;
  • Idade - mulheres com idade a partir dos 40 anos têm maior risco de desenvolver a doença;
  • Histórico familiar da doença;
  • Mutação herdada dos genes do câncer de mama BRCA1 ou BRCA2;
  • Alta densidade mamária;
  • Histórico pessoal de câncer de ovário ou mama;
  • Início da menopausa após os 55 anos e primeira menstruação antes dos 12 anos;
  • Alta exposição à radiação.

Vale lembrar que, embora seja influenciado por diversos outros fatores, o câncer é uma doença que tem um grande risco de ser transmitida entre as gerações por meio do DNA.

Por essa razão, é muito importante manter o acompanhamento médico ao longo da vida, inclusive, com o ginecologista.

O que são fatores de proteção?

Para prevenir o câncer de mama, além de controlar os fatores de risco, a mulher precisa atentar-se aos fatores de proteção.

Ações como: praticar regularmente atividade física, manter uma alimentação saudável, controlar o peso corporal evitando a obesidade e evitar o consumo de bebidas alcoólicas, pode reduzir em até 28% o risco de desenvolver a doença.

Outro fator de proteção é a amamentação, que além de proporcionar inúmeros benefícios para o bebê, estimula as glândulas mamárias diminuindo a quantidade de hormônios na corrente sanguínea.

Diagnóstico do câncer de mama

Após a detecção de nódulos ou de outros sinais nas mamas (durante um exame clínico ou por exames de imagem como a mamografia), é realizada uma biópsia.

Neste procedimento, são retirados pequenos fragmentos do nódulo que são analisados por um médico patologista, responsável por diagnosticar se essa alteração é ou não um câncer de mama.

Tratamento do câncer de mama

Existem vários métodos de tratamento para o câncer de mama, variando também em relação ao seu impacto no organismo. Entre os principais, estão:

  • Quimioterapia - tratamento com medicações que reconhecem e destroem células que estão em proliferação rápida, interrompendo ou retardando o crescimento de células cancerosas;
  • Hormonioterapia - geralmente realizada após a cirurgia, ajuda a reduzir o risco da recidiva (reincidência) da doença;
  • Radioterapia - procedimento onde uma dose de radiação é aplicada, em um determinado tempo, a um volume de tecido que engloba o tumor, buscando erradicar todas as células tumorais;
  • Procedimento cirúrgico - realizado para a retirada parcial ou total do tumor;
  • Terapia-alvo - procedimento onde se utiliza moléculas e anticorpos capazes de atacar proteínas importantes para o funcionamento das células doentes, com o objetivo de bloquear, enfraquecer e impedir sua expansão.

Para a escolha dos procedimentos adotados, são levados em consideração vários aspectos da paciente, como idade, menopausa, doenças preexistentes e o próprio tumor.

A importância do diagnóstico precoce

Assim como outros tipos da doença, o diagnóstico precoce é de extrema importância para o sucesso do tratamento de um câncer de mama.

Quando diagnosticado em fase inicial, as chances de cura podem chegar a até 90%.

Por isso, é fundamental realizar check-up anualmente, além de consultar-se com um ginecologista.

Mamografia

A mamografia é um exame simples e de extrema importância para o diagnóstico precoce do câncer de mama.

Este é um exame radiológico, que por meio de imagens de alta resolução, consegue identificar nódulos, assimetrias e outras lesões nas mamas.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, toda mulher com idade a partir dos 40 anos, mesmo sem qualquer sintoma, deve fazer periodicamente a mamografia.

Contudo, mulheres com história familiar de câncer de mama devem começar antes dos 40 anos.

Tipos de mamografia

Existem dois tipos de exame de mamografia (tendo como diferença, a imagem gerada):

  • Mamografia convencional - método mais utilizado, a mamografia convencional faz uso de um sistema de raio-x para obter as imagens;
  • Mamografia digital - além de diagnosticar o câncer de mama quando o tumor ainda não é palpável, a mamografia digital utiliza a tecnologia da tomossíntese mamária 3D para obter imagens mais rápidas e de alta qualidade, além de tornar o exame mais confortável para as pacientes.

Como é realizado o exame?

Durante a realização da mamografia, a paciente permanece em pé e segurando a respiração durante alguns segundos.

Com tempo de duração médio de aproximadamente 20 minutos, para que as imagens sejam capturadas, o seio é posicionado entre as duas placas do mamógrafo.

No dia do exame, é recomendado que a mulher não use talco ou desodorante na região das mamas.

Outros exames de mamas

Além da mamografia, existem outros exames que podem ajudar no diagnóstico do câncer de mama:

  • Ultrassom de mama - realizado para diagnosticar alterações nas mamas, porém não substitui a mamografia;
  • Mamografia bilateral- nesse exame, são realizadas duas incidências em cada mama;
  • Ecografia mamária - por não usar radiação, geralmente é recomendado para mulheres jovens ou gestantes.

Como reduzir os riscos do câncer de mama?

O estilo de vida saudável é muito importante para a redução dos riscos de câncer de mama e de muitas outras doenças.

Entre as medidas que podem ser tomadas para uma vida mais saudável, estão:

  • Adotar uma alimentação saudável - além de evitar alimentos ultraprocessados, é recomendado priorizar alimentos como frutas, verduras, grãos, sempre de acordo com a orientação do nutricionista;
  • Manter o peso adequado - a obesidade aumenta significativamente o risco do desenvolvimento de diversas doenças e, inclusive, do câncer de mama;
  • Praticar atividade física regularmente - atividades físicas, quando praticadas regularmente, além de promover a saúde como um todo, ajudam a prevenir o câncer de mama. Corrida, ciclismo, natação ou musculação são alguns exemplos de atividades que podem ser praticadas (é importante lembrar que antes de se exercitar, é indispensável consultar-se com um médico como o clínico geral);
  • Dormir bem - manter a quantidade de horas adequada para o descanso do corpo e da mente, além de ter uma boa qualidade de sono, é fundamental para manter a saúde;
  • Evitar o consumo de álcool e cigarro - o consumo em qualquer quantidade dessas substâncias aumenta o risco de desenvolvimento da doença;
  • Realizar exames preventivos periodicamente.

Homens também têm câncer de mama?

Embora a incidência seja baixa quando comparada com as mulheres (em torno de 1% de todos os casos) os homens também correm o risco de desenvolver a doença.

Assim como nas mulheres, há vários fatores de risco que podem aumentar as chances do aparecimento da doença como, por exemplo, a idade e os casos de câncer em familiares.

Sintomas do câncer de mama em homens

Entre alguns dos sintomas do câncer de mama em homens, estão:

  • inchaço na mama, geralmente indolor;
  • pele da mama enrugada;
  • mamilo da mama retraído;
  • inchaço nos linfonodos nas axilas;
  • pele da mama ou do mamilo descamando ou vermelha.

Diagnóstico do câncer de mama em homens

Assim como ocorre com as mulheres, alguns exames podem ser realizados para diagnosticar o câncer de mama em homens:

  • Mamografia -indicada para detecção de alterações nas mamas;
  • Ultrassom da mama - muito recomendado para diferenciar um nódulo na mama de um cisto ou tumor.

Mitos sobre o câncer de mama

O câncer de mama só afeta quem tem histórico familiar?

Não. Qualquer mulher pode ser acometida pela doença, por essa razão, é muito importante a prevenção e o diagnóstico precoce.

O autoexame substitui a mamografia?

Não. Inclusive, o autoexame ou o exame de toque (feito pela paciente ou médico) não é mais indicado como parte do diagnóstico.

Contudo, o exame clínico (avaliação das mamas e do histórico médico, por exemplo) pode ser realizado de forma complementar.

Todo nódulo no seio é um câncer de mama?

Não. A grande parte dos nódulos é benigna.

Sutiã apertado causa câncer de mama?

Não. Não existe estudos que apontem o uso do sutiã como fator de risco para o aparecimento da doença.

Porém, usar sutiã apertado com frequência pode contribuir para outros problemas de saúde, como irritação da pele e dores nos seios e/ou costas.

Traumas ou impactos na mama podem causar câncer de mama?

Não. Uma pancada forte pode dar origem a uma fibrose, mas não desencadear a multiplicação de células malignas na mama.

FAQ (PERGUNTAS FREQUENTES)

Toda mulher pode realizar a mamografia?

O exame de mamografia não é recomendado para gestantes devido ao risco da radiação interferir na formação do bebê, e também para mulheres antes dos 40 anos (somente em casos específicos e sob orientação médica).

O que é a remissão de um câncer de mama?

Quando um paciente está em remissão, significa que os sintomas do câncer de mama estão reduzidos ou ausentes.

Quando esse período completa cinco anos ou mais, a doença pode ser considerada curada.

Contudo, em alguns casos, existe uma chance da doença voltar em algum momento.

Qual médico procurar na suspeita de um câncer de mama?

A mastologia é a especialidade médica que cuida das glândulas mamárias.

Quaisquer condições que possam afetar os seios, como dores, inchaços, mastites ou a suspeita de um câncer de mama, são tratadas pelo mastologista.

O que é a cirurgia de reconstrução mamária?

A reconstrução mamária é uma cirurgia plástica reparadora que pode ser realizada após a retirada da mama, em decorrência do tratamento contra o câncer.

Normalmente, mulheres que passam pela mastectomia têm indicação para a reconstrução.

Existem diferentes técnicas de cirurgia para a reconstrução da mama, cada uma sendo indicada de acordo com a forma, tamanho e localização da retirada do tecido.

Câncer de mama causa dor?

Na maioria dos casos, o câncer de mama não causa dor e, por ser comumente assintomático, a doença costuma ser descoberta em exames de rotina ou em estágios já avançados.

Qual é a importância do Outubro Rosa?

A campanha do Outubro Rosa mostra a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado do câncer de mama.

Além de reforçar a importância da conscientização sobre a doença e a necessidade do acompanhamento médico, a campanha alerta sobre os seus riscos.

CONCLUSÃO

Como mostrado no post "Câncer de Mama: o que é, sintomas e tratamento", a melhor forma de combater o câncer de mama é através da prevenção.

Entre as medidas que a prevenção abrange, estão a adoção de um alimentação equilibrada, a prática de atividades físicas, cuidados com a mente e, principalmente, o acompanhamento periódico de um médico especialista.

01/10/2024   •   há 2 meses