Pré-diabetes: o que é, sintomas e cuidados
Revisado pelo(a) Dra. Eva Gabryelle Vanderlei Carneiro Machado, CRM/PR 58112 , Médico Generalista Não possui RQE para Médico Generalista
A pré-diabetes pode ser entendida como um alerta para a diabetes, uma vez que o indivíduo ainda pode evitar que o quadro evolua para um estado mais avançado da doença.
A diabetes é uma doença muito séria que leva ao aumento de glicose no sangue (conhecido por hiperglicemia) e não tem cura. Portanto, precisa ser tratada de forma assertiva.
Se não tratada corretamente, a diabetes pode desencadear diversos outros problemas de saúde e, inclusive, ser fatal.
Saiba mais sobre a pré-diabetes: o que é, sintomas e cuidados a seguir!
O que é pré-diabetes?
A pré-diabetes é o nome clínico do estágio que antecede a diabetes do tipo 2.
Esta é a fase em que grande parte dos sintomas da diabetes se manifesta, mas que ainda não são considerados parte de um quadro diabético.
A diabetes possui dois tipos principais: tipo 1 e tipo 2. A primeira é causada por problemas na produção ou absorção da insulina e costuma se manifestar ainda na adolescência.
Já a diabetes do tipo 2 é uma doença metabólica crônica, caracterizada por números elevados de glicose no sangue.
As causas da pré-diabetes estão ligadas principalmente ao sedentarismo, excesso de peso e hipertensão arterial.
O diagnóstico da pré-diabetes é feito através de exames de sangue (que medem os níveis de glicose) e também do teste de hemoglobina A1C ou hemoglobina glicada (que aponta os níveis médios de glicose no sangue do paciente ao longo dos últimos três meses).
Principais sintomas da pré-diabetes
A pré-diabetes, em grande parte dos diagnósticos, é identificada durante exames de rotina ou quando o paciente está investigando algum outro problema de saúde.
Muitas pessoas não apresentam sintomas explícitos da condição, mas quando eles se manifestam, são similares aos experimentados por pessoas que possuem diabetes do tipo 2, como:
- Aumento da sede - o paciente sente-se mais sedento do que o normal e tende a beber mais líquidos;
- Fadiga - cansaço e pouca energia, mesmo após longos períodos de descanso adequado;
- Vontade frequente de urinar - micção frequente, principalmente à noite;
- Visão embaçada ou turva - é um sintoma mais raro. Contudo, alguns pacientes manifestam alterações temporárias na nitidez da visão.
Grande parte destes sintomas pode ser confundida com outros problemas de saúde, ou podem ainda, passar despercebidos.
Por essa razão, é importante investigá-los e ter consciência de que eles podem ser um indicativo de quadro de pré-diabetes.
Impactos da pré-diabetes na saúde
Mesmo sendo um estágio intermediário, a pré-diabetes tem diversos impactos negativos na saúde e na qualidade de vida do indivíduo.
Além do risco aumentado de desenvolver diabetes do tipo 2, também é possível ter:
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Ter problemas cardiovasculares - a pré-diabetes pode contribuir para o desenvolvimento de problemas no coração e nos vasos sanguíneos, incluindo doenças cardíacas, como a hipertensão e o AVC (acidente vascular cerebral);
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Desenvolver problemas nos olhos - pessoas pré-diabéticas têm mais facilidade para desenvolver problemas de visão, como a retinopatia diabética, que pode levar à cegueira;
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Danos aos nervos e aos rins - os danos aos nervos acontecem em longo prazo, resultando em dormência e/ou formigamento nas mãos e nos pés. Em relação aos rins, níveis elevados de glicose podem danificá-los, levando a problemas renais;
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Desenvolver outras doenças - a pré-diabetes está associada a uma maior probabilidade de desenvolver outros tipos de doenças, como o câncer (de fígado, pâncreas e do endométrio).
Diagnóstico da pré-diabetes
O diagnóstico é feito através de exames de sangue, que medem os níveis de glicose.
Entre os três exames mais comuns para o diagnóstico de pré-diabetes, estão:
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Exame de hemoglobina glicada - trata-se de um exame que mede a média dos níveis de glicose no sangue ao longo dos últimos 3 meses de vida do paciente. Resultados entre 5,7% e 6,4% já podem ser considerados pré-diabetes;
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Teste oral de tolerância à glicose - neste exame, o paciente ingere uma bebida com uma quantidade específica de glicose. Em seguida, são feitas medições nos níveis de glicose no sangue. Resultados entre 7,8 mmol/L e 11 mmol/L são um indicativo de pré-diabetes;
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Teste de glicemia em jejum - teste que mede os níveis de glicose no sangue, após um jejum noturno realizado pelo paciente. Resultados entre 100 mg/dL e 125 mg/dL são considerados de pré-diabetes.
Vale ressaltar que, ao registrar um nível de glicose maior que 126 mg/dL, a pré-diabetes evolui para diabetes.
Este quadro trata-se de um processo que pode durar anos (entre 3 a 10, dependendo da pessoa) e que pode ser acelerado de acordo com o estilo de vida do paciente.
Tratamento para pré-diabetes
O tratamento é similar aos realizados em quadros de diabetes do tipo 2.
Ele envolve, principalmente, mudanças no estilo de vida com o intuito de reduzir os níveis de glicose no sangue. Essas mudanças incluem:
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Atividade física regular - inclui exercícios aeróbicos, como corrida, natação, ciclismo ou caminhada, que ajudam a controlar o peso e a melhorar a sensibilidade à insulina;
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Alimentação saudável - uma dieta balanceada, rica em alimentos que ajudam a controlar os níveis de glicose. Além disso, deve-se incluir também proteínas magras, grãos integrais e frutas;
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Focar na perda de peso - exercícios aeróbicos já ajudam nesse quesito. Vale salientar que casos de sobrepeso e obesidade contribuem diretamente para o risco de desenvolver diabetes do tipo 2.
Como prevenir a pré-diabetes?
As medidas preventivas para a pré-diabetes são, em sua maioria, definidas de acordo com o estilo de vida do indivíduo e podem incluir:
- adotar medidas de redução do sedentarismo;
- medidas de controle do estresse;
- monitoramento regular da saúde;
- evitar tabagismo e limitar o consumo de álcool;
- noites adequadas de sono.
Esses cuidados ajudam na prevenção e controle da progressão da diabetes do tipo 2, mas também para ter uma vida mais saudável e equilibrada.
Vale salientar que, antes de tudo, é fundamental a consulta de um médico (clínico geral ou endocrinologista para orientações específicas e acompanhamento regular.
FAQ (Perguntas Frequentes)
1. O que é pré-diabetes?
Trata-se de um estado intermediário, com níveis altos de glicose no sangue, mas que não caracteriza a diabetes do tipo 2.
Ou seja, é um quadro em que o nível glicêmico está elevado, mas não é suficiente para ser classificado como a diabetes adquirida (tipo 2).
2. Quais são os fatores de risco para a pré-diabetes?
Os fatores de risco para a pré-diabetes incluem principalmente o excesso de peso ou obesidade, estilo de vida sedentário, histórico familiar de diabetes (fator genético), idade avançada e condições médicas específicas (como a síndrome do ovário policístico - SOP).
3. Quais são os sintomas da pré-diabetes?
Grande parte dos diagnósticos da pré-diabetes é realizada através de exames de rotina ou quando o paciente busca resposta para outras condições médicas.
Além disso, ela costuma ser assintomática (não apresentar sintomas aparentes).
4. A pré-diabetes pode ser revertida?
Sim. Trata-se de uma condição reversível através de mudanças no estilo de vida, incluindo a adoção de uma alimentação saudável, exercícios regulares e, em alguns casos, perda de peso (mas sempre com o acompanhamento de profissionais de saúde).
5. Como é realizado o diagnóstico da pré-diabetes?
O diagnóstico da pré-diabetes é realizado através de exames de sangue, como o teste da hemoglobina glicada, teste de glicemia em jejum e o teste oral de tolerância à glicose.
Existem faixas de valores específicos que demonstram a presença da pré-diabetes.
6. Quais são as complicações da pré-diabetes se não for tratada?
Caso não seja diagnosticada e tratada a tempo, a pré-diabetes pode evoluir para a diabetes do tipo 2.
Além disso, ela aumenta o risco de problemas de origem cardiovascular, problemas na visão, danos aos rins e aos nervos.
7. Exercícios físicos podem ajudar a prevenir a progressão para diabetes?
Sim. A atividade física é essencial para lidar com a pré-diabetes. Ela melhora a sensibilidade à insulina, além de ajudar a prevenir a progressão para a diabetes do tipo 2.
8. Qual é a frequência de exames ideal se eu tiver pré-diabetes?
Geralmente, é indicado realizar exames semestrais ou anuais, mas isto depende do quadro clínico do paciente e da orientação médica.
Por isso, é essencial consultar-se com um médico para determinar a frequência exata dos exames.
Conclusão
Como visto no post "Pré-diabetes: o que é, sintomas e cuidados", essa condição de saúde, muitas vezes, é desconhecida ou mesmo subestimada.
Contudo, é um estágio que necessita de atenção e ação imediata. Seu impacto na saúde e qualidade de vida do indivíduo é bastante significativo.
Entretanto, ela pode ser tratada. Mudanças no estilo de vida, por exemplo, podem não só retardar ou reverter o quadro, mas também evitar que ele evolua para a diabetes do tipo 2, condição que não é reversível e traz ainda mais riscos.
Manter os exames de rotina em dia e realizar o tratamento adequado ao ser diagnosticada a pré-diabetes é essencial para melhorar a saúde e evitar a evolução desse quadro.
19/11/2024 • há 2 meses