8 mitos e verdades sobre a intolerância à lactose
Revisado pela Equipe de Redação da Medprev
Receber o diagnóstico de intolerância à lactose não é fácil, pois essa condição implica uma série de mudanças drásticas na alimentação e na vida do paciente. Em meio a tantas informações desencontradas que circulam na internet, nós preparamos uma lista de mitos e verdades sobre intolerância à lactose para ajudar você a ficar por dentro desse assunto:
1. Todos os alimentos derivados do leite contêm lactose
Mito. Mesmo sendo preparados a partir do leite de origem animal, nem todos os produtos lácteos contêm lactose. Alguns queijos, por exemplo, contêm quantidades insignificantes desse açúcar, que é em grande parte descartado ou transformado em ácido lático durante sua fabricação. Esse é o caso dos queijos maturados, como parmesão, gruyére, emmental, gouda e provolone.
Os queijos que contêm a inscrição “zero lactose” na embalagem, por sua vez, recebem adição da enzima lactase, que destrói a lactose. Esse processo costuma ser utilizado em queijos frescos como a ricota e o queijo minas frescal.
2. Iogurtes têm baixa lactose, por isso são seguros para pessoas com intolerância
Mito. Em relação ao leite, o iogurte tem uma redução de 20% a 30% no teor de lactose. Porém, para que um produto seja adequado para pessoas com intolerância, a redução deve ser de no mínimo 70%.
Dessa forma, é melhor dar preferência a iogurtes à base de soja ou que informem no rótulo que contêm baixo teor de lactose.
3. Produtos não lácteos também podem conter lactose
Verdade. Alguns produtos que aparentemente nada têm a ver com o leite também podem conter lactose. Este é o caso do wasabi (tempero em pasta japonês), que costuma conter espessantes à base de lactose, e de alguns medicamentos em cápsula, que usam a lactose como excipiente.
Bolos, biscoitos e massas em geral também podem ter esse açúcar, por isso é essencial verificar no rótulo se o produto contém leite ou concentrado do soro de leite, que também tem lactose.
4. Intolerância à lactose e alergia ao leite são a mesma coisa
Mito. A intolerância à lactose é insuficiência da enzima lactase, responsável por quebrar o açúcar do leite. Dessa forma, o organismo não conseguem digerir a lactose. Ao consumir esse açúcar, a pessoa com intolerância vai apresentar desconfortos gastrointestinais.
A alergia ao leite, porém, se trata de uma reação do sistema imune às proteínas do leite. Por algum motivo, o organismo da pessoa alérgica entende que essas proteínas são uma ameaça e provoca reações no intestino, na pele e no sistema respiratório com o objetivo de se livrar delas.
5. Pessoas diagnosticadas com intolerância à lactose nunca mais poderão consumir esse açúcar
Mito. Realmente pode ser necessário suspender totalmente a ingestão da lactose quando ainda se está em busca de um diagnóstico mais preciso. Porém, depois desse período, em geral o paciente pode voltar a consumir pequenas quantidades de lactose, sempre respeitando os sintomas que ele apresenta.
Existe a possibilidade do uso da lactase junto com a ingestão de alimentos ricos em lactose, de forma a evitar os sintomas desagradáveis e permitir que a pessoa intolerante ao açúcar possa ingerir determinados alimentos com moderação.
6. Pessoas com intolerância à lactose devem fazer suplementação de cálcio
Verdade. Cerca de 70% do cálcio que uma pessoa ingere é proveniente do leite e de produtos lácteos. Por isso, quando um paciente é diagnosticado com intolerância à lactose, sua ingestão desse mineral pode ser muito prejudicada, podendo ser necessário fazer suplementação.
Além disso, pode ser necessário fazer uma reposição de vitamina D também, pois essa vitamina é fundamental na absorção do cálcio pelo organismo. Na falta desses dois nutrientes, nossos ossos ficam mais sujeitos a sofrer fraturas ou desenvolver osteoporose.
7. A lactose é prejudicial mesmo para quem não tem intolerância
Mito. A lactose não é prejudicial para pessoas que não apresentam intolerância, embora um consumo excessivo possa gerar desconfortos gastrointestinais temporários.
Ainda, apesar de muitas dietas da moda se basearem na retirada de alimentos com lactose do cardápio, essa restrição não oferece benefícios comprovados cientificamente. Inclusive, a restrição desses alimentos pode levar à deficiência de cálcio, que enfraquece os ossos.
8. Bebês podem ser intolerantes à lactose, não podendo consumir leite materno
Verdade. A intolerância à lactose congênita, que atinge os bebês, é uma condição hereditária e bastante grave. O organismo da criança não consegue produzir a enzima lactase e, por isso, ela não pode consumir nem mesmo o leite materno.
O diagnóstico precoce e a retirada completa da lactose da dieta permitem que o bebê tenha uma vida normal. Felizmente, essa condição é rara.
A importância do acompanhamento médico e nutricional
Descobrir ser intolerante à lactose pode trazer um grande impacto na vida de uma pessoa, pois a principal forma de controle dessa condição é a restrição de alimentos não apenas lácteos, mas todos que contenham lactose em sua preparação. Além de leites, iogurtes e queijos, isso inclui alguns embutidos como salames e salsichas, bolos, doces, adoçantes e cervejas.
Essa restrição pode até mesmo prejudicar a vida social do paciente, limitando as refeições fora de casa, sejam em restaurantes ou na casa de outras pessoas. Uma das formas de reduzir esse prejuízo é com a utilização da lactase, a enzima capaz de quebrar a lactose e evitar o desconforto gastrointestinal.
Dessa forma, o acompanhamento médico e nutricional é indispensável para que o paciente seja orientado em relação à lactase e às possibilidades de sua dieta. Além disso, diante de tantos mitos e verdades sobre a intolerância à lactose, somente a avaliação profissional pode garantir as melhores opções de tratamento para cada pessoa.
Fonte(s): Digest e Sem Lactose
Receber o diagnóstico de intolerância à lactose não é fácil, mas você precisa se informar para saber o que é verdade ou mentira
24/02/2022 • há 3 anos