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Ansiedade

Qual é a relação entre refluxo e gastrite com a ansiedade?

Revisado pela Equipe de Redação da Medprev

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A ansiedade é uma condição emocional que pode afetar diversos aspectos da saúde, inclusive o sistema digestivo. O refluxo gastroesofágico e a gastrite são problemas gastrointestinais comumente relacionados à ansiedade.

Saiba mais sobre a conexão entre essas condições e a ansiedade, além de aprender sobre como elas se influenciam mutuamente e como gerenciar essas questões.

Veja a seguir qual é a relação entre refluxo e gastrite com a ansiedade!

O que é ansiedade?

A ansiedade é uma condição emocional caracterizada por sentimentos de apreensão, nervosismo e preocupação intensa. Ela pode se manifestar por meio de uma grande variedade de sintomas:

  • Físicos: tensão muscular, aperto no peito, pulsos cardíacos acelerados, falta de ar, tremores, sudorese excessiva, dores de estômago, náuseas e problemas de sono;
  • Cognitivos: dificuldade de concentração, preocupação excessiva, pensamentos intrusivos e medo intenso;
  • Psicológicos: irritabilidade, inquietação, sensação de nervosismo constante, sensibilidade emocional aumentada e dificuldade em relaxar;
  • Comportamentais: isolamento social, dificuldade em lidar com tarefas cotidianas, inquietação motora e comportamento compulsivo.

O que é refluxo gastroesofágico e como é afetado pela ansiedade?

O refluxo gastroesofágico é uma condição na qual o conteúdo ácido do estômago retorna para o esôfago.

Essa condição ocorre devido ao mau funcionamento do esfíncter esofágico inferior, uma válvula muscular localizada entre o esôfago e o estômago, que causa sintomas, como

  • Azia: sensação de queimação ou desconforto no peito que pode se estender até a garganta;
  • Regurgitação ácida: retorno do conteúdo do estômago para o esôfago, causando um gosto ácido na boca;
  • Dor no peito: sensação de aperto ou dor no peito, que pode ser confundida com sintomas cardíacos;
  • Dificuldade na deglutição: que consiste na dificuldade ao engolir.
  • Tosse crônica: tosse persistente que não está relacionada a uma condição respiratória;
  • Rouquidão: alteração na voz, tornando-se áspera, rouca e cansada;
  • Asma: alguns indivíduos com refluxo gastroesofágico podem apresentar sintomas asmáticos, como falta de ar e chiado no peito.
  • Dor de garganta;
  • Erosão do esmalte engolido: o ácido do estômago pode causar desgaste do esmalte dos dentes, levando a sensibilidade e cáries.

A relação entre refluxo gastroesofágico e ansiedade tem sido objeto de estudos e pesquisas, pois essa condição pode desempenhar um papel significativo no desenvolvimento ou agravamento do refluxo.

Quando surgem sintomas de ansiedade, o sistema nervoso autônomo (responsável pelo controle das funções involuntárias do corpo), pode sofrer alterações, como o relaxamento do esfíncter esofágico inferior (que se torna menos eficiente em manter o ácido gástrico no estômago).

É importante ressaltar que a relação entre ansiedade e refluxo é complexa e varia para cada pessoa. Nem todos os indivíduos ansiosos desenvolvem refluxo gastroesofágico, assim como quem lida com refluxo não necessariamente tem a ansiedade como potencializador dessa condição.

Como a ansiedade é afetada pelo refluxo gastroesofágico?

O refluxo gastroesofágico também pode aumentar os níveis de ansiedade. A sensação desconfortável do refluxo pode causar preocupação e estresse, desencadeando respostas de ansiedade.

Quando uma pessoa experimenta episódios frequentes de refluxo, é comum que ela se preocupe com os impactos negativos que essa ocorrência pode ter em sua saúde.

Além disso, o estresse e a ansiedade podem levar ao consumo excessivo de alimentos gordurosos, picantes e cafeína, que são conhecidos por piorar o refluxo gastroesofágico.

Esses hábitos alimentares inadequados podem criar um ciclo vicioso, onde a ansiedade contribui para o refluxo e vice-versa.

O que é gastrite e como pode ser afetada pela ansiedade?

A gastrite ocorre quando há uma inflamação na região interna do estômago (há dois tipos principais: aguda e crônica). Embora a ansiedade não seja uma causa direta da gastrite, a relação entre ambas é complexa.

A ansiedade é uma resposta do corpo ao estresse e pode desenvolver uma série de alterações fisiológicas, incluindo um aumento na produção de ácido clorídrico no estômago.

Além disso, essa reação pode encadear sintomas, como:

  • Dor abdominal: sensação de dor ou desconforto na região do estômago;
  • Queimação no estômago: sensação desconfortável na parte superior do abdômen;
  • Náuseas e vômitos: sensação de enjoo e possibilidade de vômito;
  • Perda de apetite: diminuição do interesse ou falta de vontade de comer;
  • Sensação de saciedade precoce: sentir-se cheio mesmo após ingerir pequenas quantidades de comida;
  • Indigestão: desconforto após as refeições, sensação de peso no estômago e estufamento;
  • Refluxo ácido: retorno do ácido do estômago para o esôfago, causando sintomas semelhantes aos do refluxo gastroesofágico;
  • Sangramento gastrointestinal: em casos mais graves de gastrite, pode ocorrer sangramento, que pode ser identificado através de vômitos com sangue ou fezes escuras.

O aumento do ácido estomacal pode irritar a mucosa gástrica, que é responsável pela proteção do estômago. Quando a mucosa gástrica está danificada ou enfraquecida, o revestimento do estômago torna-se mais vulnerável à inflamação, podendo evoluir para a gastrite.

É fundamental destacar que a ansiedade não é a única causa da gastrite. Outros fatores, como infecção por Helicobacter pylori, uso prolongado de medicamentos anti-inflamatórios não esteróides (AINEs), consumo excessivo de álcool e tabagismo também podem contribuir para o desenvolvimento dessa inflamação.

Portanto, o tratamento adequado deve abordar não apenas o tratamento dos sintomas físicos, mas também das questões emocionais do indivíduo.

Como a ansiedade é afetada pela gastrite?

A inflamação causada pela gastrite pode afetar a saúde mental. Acredita-se que a inflamação crônica no corpo, incluindo a inflamação presente na gastrite, pode causar alterações químicas no cérebro e afetar os neurotransmissores compatíveis relacionados ao equilíbrio emocional. Assim, pode levar ao aumento dos sintomas de ansiedade em pessoas com gastrite.

Como tratar a ansiedade e os problemas digestivos?

É fundamental abordar tanto a ansiedade quanto os problemas digestivos para promover o bem-estar geral. Veja algumas práticas para tratar os sintomas de ambas as condições:

1. Busque ajuda de profissionais de saúde

Os psicólogos e psiquiatras têm um papel fundamental no tratamento dos problemas digestivos relacionados à ansiedade. São esses profissionais que ajudam a identificar fatores psicológicos e emocionais que dão origem aos sintomas.

Por meio de terapias como a TCC (Terapia Cognitivo-Comportamental), o psicólogo ajuda o paciente a desenvolver habilidades de gerenciamento do estresse. Além disso, também contribui no processamento das emoções e nas mudanças de padrões de pensamento do paciente.

Os psiquiatras são médicos especializados em saúde mental e ajudam a prescrever medicamentos no tratamento da ansiedade. Eles atuam na avaliação dos sintomas e fazem o diagnóstico e acompanhamento adequado da medicação.

2. Adote um estilo de vida saudável

Ter uma vida mais saudável é fundamental no tratamento da ansiedade e na melhora da saúde digestiva, por isso é indicado adotar práticas, como:

  • Uma dieta rica em frutas, legumes, grãos integrais, proteínas e vitaminas. Recomenda-se evitar alimentos processados, ricos em açúcares e vitaminas saturadas, pois podem irritar o sistema digestivo. Também é importante fazer refeições regulares, mastigar bem os alimentos e evitar comer em excesso;
  • Beber água suficiente ao longo do dia. A água ajuda na digestão adequada dos alimentos, prevenindo a constipação e ajudando a manter a mucosa gástrica saudável.
  • Praticar exercícios físicos regulares. A atividade física ajuda a reduzir o estresse, promovendo uma circulação sanguínea adequada, fortalecendo os músculos abdominais e melhorando o trânsito intestinal. É preciso que a prática seja realizada de acordo com o condicionamento físico do indivíduo;
  • Manter o peso saudável. O excesso de peso pode aumentar a pressão sobre o estômago, levando ao refluxo ácido. É preciso conversar com um profissional de saúde para estabelecer metas realistas de perda de peso, e se necessário, adotar estratégias saudáveis para alcançá-las.
  • Evitar fumar e reduzir o consumo de álcool, pois esses hábitos podem irritar o revestimento do estômago e agravar os sintomas de refluxo e gastrite. Além disso, é indicado evitar refeições tardias antes de dormir, pois a posição horizontal pode facilitar o refluxo ácido.

É preciso lembrar-se de que a mudança de hábitos leva tempo e paciência. Além disso, é importante buscar orientação profissional, como a do nutricionista, para obter um plano alimentar adequado às necessidades individuais.

3. Evite a automedicação

O uso de medicamentos de forma indiscriminada para refluxo ou gastrite sem qualquer orientação médica pode causar sintomas graves e interferir no tratamento de ambos os problemas de saúde.

Por isso, é essencial procurar a ajuda de um médico para ter um diagnóstico completo e um tratamento individual.

Conclusão

A relação entre refluxo e gastrite com a ansiedade é complexa, e quando os sintomas desses problemas não são tratados, podem resultar em um ciclo prejudicial para a saúde física e emocional.

A ansiedade pode contribuir para o surgimento ou agravamento desses problemas digestivos, enquanto o refluxo e a gastrite podem aumentar os níveis de ansiedade.

Ao identificar os sintomas de ansiedade, refluxo gastroesofágico ou gastrite, é preciso procurar orientação profissional, além de adotar um estilo de vida mais saudável.

26/11/2024   •   há 15 horas


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