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A chegada do inverno pode agravar o contágio do novo coronavírus?

Revisado pela Equipe de Redação da Medprev

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A pandemia de coronavírus chegou com força ao Brasil no mês de março. A crise ainda não tomou proporções tão drásticas quanto em países como Itália, Espanha e Estados Unidos, mas ainda assim o número de mortes por aqui já passa de 300.

Diferentemente do que acontece na Europa e na América do Norte, por lá estamos no final do inverno e início da primavera, enquanto no Brasil saímos do verão para entrar no outono. Como a tendência é que as temperaturas esfriem nos próximos dois meses, esse clima mais frio pode ser propício para agravar o contágio do coronavírus?

Clima frio e coronavírus: uma combinação incerta

O coronavírus que provoca a Covid-19 ainda é uma doença relativamente nova e, por conta disso, há poucos estudos conclusivos sobre o seu comportamento. Ao menos por enquanto, supor que o clima frio é mais propício para a propagação do coronavírus é algo sem nenhuma comprovação científica. Da mesma forma, muitos imaginavam que o clima tropical seria um fator redutor na propagação da doença, mas na prática isso não vem se confirmando.

Especialistas ouvidos por publicações nacionais e internacionais são taxativos em afirmar que os vírus, em linhas gerais, não respeitam temperaturas. Um exemplo disso foi o surto de H1N1, em 2009, que castigou a América do Norte especialmente durante o período de verão. Assim, afirmar que o clima tem alguma influência significativa na propagação desse vírus, ao menos por enquanto, não encontra fundamento em nenhum estudo realizado.

No caso específico do coronavírus, o que se sabe até agora é que a Covid-19 é uma doença de propagação rápida. Portanto, locais com maior densidade populacional ou com trânsito mais intenso de voos nacionais e internacionais estão mais susceptíveis a contaminações. Prova disso é que no Brasil os estados de São Paulo e Rio de Janeiro são os que apresentam até agora o maior número de casos.

Por que o inverno pode ser motivo de preocupação para os brasileiros?

Quando consideramos os casos de gripe, informações do Ministério da Saúde mostram que o inverno não é necessariamente o maior vilão. Dados do órgão indicam que o número de casos aumenta entre os meses de abril e junho nas regiões Norte e Nordeste, e entre junho e outubro no Sul e no Sudeste, especialmente por conta de períodos chuvosos ou invernos mais rigorosos.

Porém, não é a temperatura o fator preponderante nessa equação, mas sim o comportamento das pessoas. Nestes períodos do ano, a combinação de temperatura baixa com ar mais seco somada ao fato de que as pessoas ficam mais em ambientes fechados contribui para a proliferação dos vírus respiratórios, aumentando as chances de transmissão.

A baixa umidade do ar resulta em uma maior concentração de poluentes, favorecendo o aparecimento de doenças respiratórias. Pacientes com quadros de asma, bronquite, rinite e sinusite devem redobrar os cuidados nesta época, pois se tornam mais sensíveis à ação dos elementos alérgenos.

Por essas características, nesse período do ano os problemas respiratórios costumam se intensificar. Em 2020, se as projeções da OMS e do Ministério da Saúde estiverem corretas, o pico da pandemia de coronavírus no Brasil deve coincidir com esse período, o que pode resultar em hospitais sobrecarregados e falta de leitos hospitalares para o tratamento dos pacientes com casos menos graves.

Prevenção é o melhor remédio

Independentemente do clima, a prevenção é o melhor caminho para minimizar os riscos de contágio, tanto do coronavírus quanto da gripe e de outras doenças respiratórias. No caso da Covid-19, as medidas de isolamento social tem se mostrado eficazes para reduzir a velocidade de contágio, evitando que as unidades de saúde fiquem sobrecarregadas.

Já em se tratando da gripe e de outros problemas respiratórios, valem as regras de manter o ambiente sempre limpo, evitar aglomerações e locais muito fechados, abrir as janelas para arejar a casa, beber bastante água e umidificar o ambiente sempre que possível são medidas que auxiliam a minimizar os riscos. Para todos os casos, lavar as mãos com água e sabão com maior frequência também é uma importante medida preventiva.

Ao perceber sintomas como febre, tosse, irritação nos olhos, coceira no nariz e na garganta ou espirros, redobre os cuidados e consulte um médico. Em tempos de Covid-19, os sintomas podem ser um indício de outras complicações de saúde. Utilize o aplicativo Medprev para marcar uma consulta com um especialista e tirar todas as suas dúvidas.

24/02/2022   •   há 2 anos