Medprev
Doenças

Síndrome dos ovários policísticos (SOP): o que é, sintomas e tratamento

Revisado pela Equipe de Redação da Medprev

ovario-policistico.png

A síndrome dos ovários policísticos (SOP) acomete principalmente mulheres entre 30 e 40 anos. Esta doença, muitas vezes, se manifesta por meio de sintomas como menstruação irregular e fortes dores no abdome. Além disso, quando não tratada, a síndrome pode trazer diversos prejuízos para a saúde feminina.

Segundo o Ministério da Saúde, a SOP atinge de 6 a 10% das mulheres em idade fértil e estima-se que no Brasil sejam registrados, pelo menos, 2 milhões de mulheres com essa condição por ano.

Porém, nem todas obtêm o diagnóstico precocemente, o que pode aumentar as chances de desenvolver problemas sérios como um câncer endometrial, por exemplo.

Continue sua leitura para aprender mais sobre a síndrome dos ovários policísticos (SOP): o que é, sintomas e tratamento!

O que é a síndrome dos ovários policísticos?

A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma doença causada pelo surgimento de múltiplos cistos nos ovários, o que desencadeia mudanças hormonais que podem afetar desde o ciclo menstrual até gerar infertilidade.

Os cistos podem medir entre 2 mm e 6 mm, gerando aumento no volume ovariano, mas somente a sua presença não é suficiente para afirmar que a paciente possui a síndrome.

O diagnóstico ocorre a partir da descrição dos sintomas, alterações indicadas por meio de exames laboratoriais e de imagem, além da análise do quadro clínico pelo médico (como o ginecologista).

As causas da SOP não são completamente conhecidas, mas disfunções ovulatórias e excesso de androgênio (hormônio esteroide) estão entre os fatores possíveis.

É importante mencionar que os primeiros sintomas da presença de ovários policísticos costumam aparecer na puberdade e tendem a piorar com o passar do tempo.

Sinais e sintomas

Quando a SOP se desenvolve e principalmente quando não é tratada, pode se manifestar através de diversos sintomas, como:

Acne microcomedonal

A acne microcomedonal é caracterizada pelo aparecimento de cravos muito pequenos, decorrentes do entupimento dos folículos capilares com sebo e células mortas.

Ausência de menstruação

Também conhecida por amenorreia, a ausência de menstruação decorre de causas como uso de anticoncepcionais e amamentação.

Além disso, ela está fortemente associada à menopausa, mas pode acometer mulheres de qualquer idade, quando relacionada à SOP.

Ausência de ovulação

A ausência de ovulação, conhecida por anovulação, tem causas como o hipotireoidismo, o estresse e a SOP. Ela acontece com mulheres em idade reprodutiva.

Crescimento precoce de pelos axilares

De nome técnico hipertricose axilar, o crescimento precoce de pelos axilares acontece quando a puberdade começa antes da idade esperada que, nas meninas, é entre 8 a 13 anos. Pode ser causado pelas alterações hormonais que a SOP provoca.

Hirsutismo

O hirsutismo é o crescimento excessivo de pelos em mulheres em áreas onde geralmente crescem pelos mais grossos em homens, como rosto, peito, parte superior das costas e coxas.

Os pelos que surgem nessas regiões, devido a essa condição, são grossos, escuros e visíveis.

Por isso, lembram os pelos masculinos que crescem nos mesmos locais. A SOP é a causa mais comum do hirsutismo nas mulheres.

Infertilidade

A infertilidade é causada devido aos problemas que a síndrome dos ovários policísticos (SOP) provoca na ovulação e às alterações hormonais que a acompanham.

Irregularidade no ciclo menstrual

O distúrbio hormonal que a SOP causa pode levar à irregularidade no ciclo menstrual.

Isso porque os ciclos menstruais de uma mulher com SOP podem ser mais longos, por exemplo, durando acima de 35 dias.

Eles também podem ser irregulares, com intervalos imprevisíveis entre os períodos, já que a ovulação pode ser ausente ou inexistente.

Além disso, há a possibilidade de a mulher menstruar menos de 8 vezes ao ano, o que é chamado de oligomenorreia.

Outras mulheres podem ver sua menstruação se ausentar por três meses ou mais, voltando logo depois.

E há aquelas que apresentam sangramento uterino anormal, fora da época de menstruação, podendo ser mais intenso ou prolongado.

Por fim, existe o sangramento de escape, que pode acontecer em mulheres que não possuem síndrome dos ovários policísticos (SOP), mas é um dos seus sintomas.

Odor corporal

O odor corporal pode surgir, dentre outros motivos, por causa do excesso de androgênios, que estimulam as glândulas sudoríparas, ou pela resistência de açúcar no sangue, que intensifica a produção de suor.

Obesidade

Não existe apenas um fator da SOP que liga o problema à obesidade, mas alguns que podem explicar essa relação.

Alguns deles são a resistência à insulina, a inflamação crônica de baixo grau que a SOP causa e as alterações no apetite e saciedade, provocada pelas alterações hormonais.

Vale ressaltar, entretanto, que não há uma resposta definitiva sobre o motivo que leva essas consequências a causar o sobrepeso.

Presença de microcistos

Microcistos são pequenos folículos ovarianos compostos por líquidos. Na mulher que não possui SOP, os folículos ovarianos crescem e amadurecem, liberando um óvulo no período da ovulação.

Isso não acontece com aquela que tem SOP: não há o amadurecimento de folículos, de forma que eles se tornam pequenos cistos no local.

Queda de cabelo

Importa reforçar que a síndrome dos ovários policísticos pode gerar sérios desequilíbrios hormonais, sendo eles a causa de sintomas como a queda de cabelo.

Essa queda acontece devido ao aumento de hormônios masculinos na mulher (androgênios), que afina e enfraquece seus cabelos.

Resistência à insulina

A SOP pode fazer com que o corpo pare de responder à insulina como deveria, apresentando resistência ao hormônio, o que gera aumento do açúcar no sangue.

Isso acontece devido à produção excessiva de hormônios masculinos, que interfere na ação da insulina.

Os sinais que indicam resistência à insulina são aumento de peso, acne, fadiga e infertilidade. Mas ela pode levar a complicações mais graves como doenças cardíacas ou AVC.

A presença de um ou mais desses sintomas nem sempre indica a SOP. Isso porque há outras condições que também que também os têm como sinais.

Dessa forma, ao notar um ou mais sintomas da SOP, é muito importante que a mulher busque a avaliação de um médico ginecologista para a realização de exames.

Diagnóstico

Na consulta médica o profissional realiza a anamnese (uma conversa em que o médico pergunta sobre sintomas, situações e informações que podem auxiliar o diagnóstico).

Entretanto, os sintomas poderão levar à suspeita da presença da SOP, mas o profissional apenas fechará o diagnóstico se os critérios para isso forem estabelecidos. São eles:

  • disfunção ovulatória que causa alterações na menstruação;
  • evidências clínicas ou laboratoriais de aumento dos níveis de hormônios; --- masculinos no corpo da mulher (hiperandrogenismo);
  • menos de 10 folículos por ovários.

Para identificar esses critérios, o médico solicita exames laboratoriais e de imagem. Dentre eles, estão:

  • testosterona total e livre;
  • 17-OH progesterona;
  • luteinizante (LH);
  • estradiol;
  • SDHEA (sulfato de dehidroepiandrosterona);
  • hormônio folículo-estimulante (FSH);
  • prolactina;
  • hormônio estimulador da tireoide (TSH);
  • ultrassonografia pélvica;
  • ultrassom transvaginal;
  • hemoglobina glicada e glicemia de jejum.

Tratamento

Os tipos de tratamento pertinentes para quem tem síndrome dos ovários policísticos são relativos às comorbidades associadas à síndrome, ou seja, aos sintomas que ela provoca. Isso porque ela não tem cura.

Então, o tratamento visa a melhora da qualidade de vida, de modo que a mulher seja menos impactada por ela. Nesse caso, há opções a seguir, conforme o direcionamento médico e as particularidades de cada paciente.

Um exemplo de medicação utilizada é a metformina ou outros medicamentos que possam sensibilizar a ação da insulina, para prevenir a diabetes.

Opções como o uso de progesterona e anticoncepcionais, podem ser indicadas como tratamentos hormonais para o controle da síndrome e melhora dos sintomas.

Além dos medicamentos, é fundamental a prática de exercícios físicos em conjunto com a adoção de hábitos de vida mais saudáveis para melhora da saúde e da qualidade de vida.

O controle de peso também é importante porque, geralmente, isso melhora a sensibilidade à insulina.

Ou seja, há redução nas chances do aparecimento de diabetes.

Além disso, mulheres com sobrepeso que conseguem equilibrá-lo também reduzem o androgênio livre, hormônio masculino que causa uma série de sintomas associados à SOP.

É importante frisar que as mulheres diagnosticadas com a síndrome precisam de acompanhamento médico e podem necessitar de tratamento específico para infertilidade, se desejarem ter filhos.

Perguntas Frequentes (FAQ)

Encontre, a seguir, a resposta para as principais dúvidas sobre a SOP!

O que causa síndrome do ovário policístico?

Não foi descoberta ainda a causa da síndrome dos ovários policísticos (SOP ou SOAP). Apenas se sabe que mais da metade das mulheres que a apresentam têm problemas hormonais.

E, apesar de a síndrome acometer mulheres de todas as idades, ela tem predominância maior entre aquelas entre 30 e 40 anos.

O que acontece se não tratar ovário policístico?

A SOP leva ao surgimento de diversas outras condições físicas e hormonais, provocando doenças como diabetes e AVC. Dessa forma, o não tratamento pode intensificar o aparecimento desses problemas, prejudicando a qualidade de vida da mulher.

Como é a menstruação de quem tem ovário policístico?

Depende, porque a menstruação de uma mulher com SOP pode ser irregular. Ora ela pode ter sangramento intenso, ora apenas sangramento de escape; ora ela pode menstruar por vários dias, ora ficar por muitos meses sem menstruar.

Quem tem ovário policístico sente dor?

Como a SOP leva a um aumento no tamanho dos ovários, decorrente da presença dos cistos, a mulher pode sentir incômodos, mais ou menos piores, na região abdominal ou pélvica.

Como é a barriga de quem tem síndrome do ovário policístico?

Uma mulher com SOP pode apresentar sobrepeso, já que a síndrome interfere diretamente no metabolismo. Com o acúmulo de gordura na região abdominal, percebe-se também o aumento do local.

Entretanto, esse também é um sintoma de outras doenças, por isso, por si só, ele não indica nada.

Quem tem ovário policístico pode engravidar sem tratamento?

Existe a possibilidade de uma gravidez com SOP sem tratamento, mas há casos em que a indução da ovulação será necessária.

Além disso, há casos em que as mulheres precisarão tomar remédios para tratar a síndrome e aqueles em que a Fertilização In Vitro (tratamento de reprodução assistida) será uma opção. Apenas um médico pode determinar quais os melhores tratamentos e cuidados.

O que elimina ovário policístico?

A síndrome dos ovários policísticos (SOP) não tem cura, por isso o tratamento é focado na redução dos sintomas que ela provoca. Por exemplo, tratamentos hormonais com contraceptivos, remédios para diabetes, dieta e exercícios físicos.

É perigoso ovário policístico?

A SOP pode causar sintomas incômodos, como acne, queda de cabelo e excesso de pelos faciais e corporais. Mas ela também pode levar a quadros mais sérios como doenças cardiovasculares, esteatose hepática, diabetes e câncer endometrial.

O que é bom para acabar com ovário policístico?

Existe no mercado uma gama de remédios para tratar a SOP e reduzir seus sintomas. Os mais indicados para cada mulher depende das particularidades do seu caso e apenas um médico pode determiná-los.

Como quem tem ovário policístico pode saber se está grávida?

Como a menstruação em uma mulher com SOP é irregular, sua ausência nem sempre pode ser encarada como gravidez. Contudo, é possível buscar por outros sintomas, como seios doloridos, cansaço o tempo todo e enjoos.

A suspeita de gravidez deve ser confirmada com médico, mediante a realização de exames.

Quem tem ovário policístico tem corrimento?

O corrimento não é sintoma de síndrome dos ovários policísticos (SOP). Deste modo, ao notar corrimento diferente, que não é claro ou esbranquiçado e sem cheiro, procure um médico para avaliação.

Qual ultrassom detecta ovário policístico?

O exame mais adequado para identificar a SOP é a ultrassonografia pélvica transvaginal, mas o médico poderá solicitar outros além dele, se achar pertinente.

Conclusão

Como mostrado no post "Síndrome dos ovários policísticos (SOP): o que é, sintomas e tratamento", esta doença pode se manifestar por meio de sintomas e alterações hormonais.

Por isso é preciso diagnóstico e acompanhamento médico para o seu controle.

Embora mulheres entre 30 e 40 anos sejam mais afetadas pela doença, a síndrome pode surgir em pessoas mais jovens, como adolescentes, podendo se tornar um quadro mais grave ao longo do tempo. Então, é importante identificá-la precocemente.

Com o tratamento adequado, realização de atividades físicas e mudanças nos hábitos alimentares, é possível reduzir significativamente os sintomas e o efeito da SOP no organismo.

Mas quanto mais tempo com a SOP, mais sintomas e mais graves eles são. Dessa forma, o ideal é buscar um médico para investigar e iniciar o tratamento que pode devolver a qualidade de vida à paciente.

09/04/2024   •   há um mês


Fique por dentro das campanhas e cupons da Medprev

Declaro que li e aceito os e a

Relacionados

A dermatite atópica (eczema) é contagiosa?

7 sintomas da depressão pós-parto

O que fazer durante uma crise de ansiedade?

O que é distimia: causas, sintomas e tratamentos

15 sintomas físicos da ansiedade

Ver mais