Constipação ou prisão de ventre: o que é, sintomas e o que fazer
Revisado pela Equipe de Redação da Medprev
Problema que atinge grande parcela da população, a constipação (conhecida como prisão de ventre ou ainda constipação intestinal), é uma condição no qual há dificuldades ou dores no momento da evacuação devido às fezes muito endurecidas.
Este trata-se de um problema muito comum em mulheres, especialmente durante a gravidez.
Há uma grande queixa relacionada a dores, desconfortos abdominais e flatulência, além da sensação de que as fezes não foram completamente eliminadas.
Saiba mais sobre a constipação ou prisão de ventre: o que é, sintomas e o que fazer a seguir.
O que é constipação ou prisão de ventre?
A constipação ou prisão de ventre é uma condição médica onde o indivíduo apresenta dificuldades persistentes para evacuar.
Pessoas com o distúrbio apresentam evacuação muito reduzida, geralmente inferior a três vezes por semana.
As fezes apresentam-se na forma de uma massa compacta e endurecida, o que costuma interromper o trânsito intestinal (condição conhecida como fecaloma), afetando o funcionamento do sistema digestivo e desencadeando outras complicações.
Devido ao esforço repetido para evacuar, a região e as paredes do ânus acabam sendo danificadas, dificultando o processo de drenagem do sangue no local.
Como consequência, podem ser formadas bolhas de sangue (hemorroidas) e feridas (fissuras), alguns dos problemas mais comuns decorrentes da constipação intestinal.
Sintomas da constipação ou prisão de ventre
Primeiramente, é importante destacar que os sintomas da constipação variam de pessoa para pessoa e dependem de vários fatores, como dieta e estilo de vida.
Assim, entre os sintomas da constipação ou prisão de ventre mais comuns, estão:
- fezes ressecadas, muito duras e volumosas seguidas da dificuldade de evacuação;
- número reduzido de evacuações que pode, inclusive, chegar a menos de 2 por semana;
- sensação constante de estômago cheio e de não esvaziamento completo do intestino após ida ao banheiro;
- gases;
- cólicas.
Existem ainda outros sintomas associados à constipação e que também podem estar ligados a outros problemas, como o câncer de cólon, a diverticulite e a retocele.
Causas da constipação ou prisão de ventre
A causa para a constipação ou prisão de ventre possui caráter multifatorial. Ou seja, são diversos fatores que levam ao aparecimento da condição.
Entre as causas mais comuns estão o consumo excessivo de proteína animal, alimentos industrializados, dieta pobre em fibras, sedentarismo e uso de medicamentos específicos.
Outro fator de extrema importância, que também contribui para o aparecimento da condição, é ignorar a necessidade de evacuar.
Este tipo de comportamento compromete diretamente o intestino, levando por vezes, ao endurecimento das fezes.
Por fim, em relação às causas do problema, vale salientar também condições como estresse e ansiedade.
Diagnóstico da constipação ou prisão de ventre
O diagnóstico da constipação ou prisão de ventre é realizado por um clínico geral ou gastroenterologista.
Entre as etapas comuns para o diagnóstico, estão:
- Histórico médico do paciente - são realizadas perguntas acerca do sintomas e do histórico passado do indivíduo em relação ao problema;
- Exame físico - exames realizados para detectar anormalidades. Entre eles estão a palpação abdominal e toque retal (avaliação do tônus muscular do ânus);
- Avaliação da dieta e dos hábitos alimentares;
- Testes de imagem - exames como radiografia abdominal, ultrassonografia e tomografia computadorizada;
- Colonoscopia - exame médico que tem como objetivo avaliar o intestino grosso e o intestino delgado. Geralmente, é feito em casos mais graves de constipação.
A partir da avaliação dos exames, o profissional de saúde pode receitar o tratamento adequado para combater o problema.
Tratamento para constipação ou prisão de ventre
O tratamento para a condição depende do estado de saúde do paciente. Em geral, o objetivo é corrigir as causas que levam ao distúrbio.
Para pacientes com um quadro de saúde leve, a cura depende principalmente de mudanças na alimentação e no estilo de vida.
Recomenda-se assim, uma maior ingestão de alimentos ricos em fibras (frutas, cereais, legumes e verduras) e alimentos que ajudam no funcionamento do estômago, como mamão e ameixa.
Inclusive, é importante lembrar da necessidade de orientação profissional pelo nutricionista para a indicação de um plano alimentar adequado de acordo com o quadro do paciente.
Além disso, ingestão de água e prática de atividade física regular são importantes aliados no combate à constipação ou prisão de ventre.
Já para pacientes onde o quadro é mais sério (está há dias sem evacuar, por exemplo), recomenda-se uma lavagem intestinal para facilitar a evacuação, sempre indicada pelo médico.
É importante também não deixar de responder ao estímulo evacuatório, ou seja, sempre que necessário, ir ao banheiro.
Em casos graves, podem ser indicados métodos cirúrgicos (como no caso da retirada do fecaloma já endurecido, o que é raro.
Complicações relacionadas
Existem algumas complicações relacionadas à constipação quando não há um cuidado prévio.
O ressecamento das fezes pode levar a hemorroidas e fissuras anais, além do prolapso anal.
Todos estes problemas contribuem para uma doença conhecida como doença diverticular, que causa rupturas na parede intestinal.
Doença diverticular
A doença diverticular caracteriza-se pela presença de pequenos divertículos (bolsas) que se formam nas paredes do intestino grosso.
Esse problema de saúde é comum em pessoas acima dos 40 anos e se desenvolve em áreas já enfraquecidas da parede intestinal.
Em resumo, as camadas internas do intestino se projetam através das camadas externas, levando ao aparecimento destas bolsas. Elas podem inflamar e até sangrar, em alguns casos.
Apesar de algumas pessoas já nascerem com este problema, ele é comum em pacientes que têm constipação ou prisão de ventre.
Compactação fecal total
A compactação fecal total é muito comum em idosos, grávidas ou aquelas pessoas que têm a mobilidade reduzida.
Isso ocorre quando as fezes se tornam tão duras, que não passam mais com o movimento intestinal comum.
Nestes casos, o tratamento é feito através de laxantes ou supositórios e sempre sob prescrição médica.
O bloqueio pode ser quebrado também de forma manual. Nesta situação, o médico insere o dedo com luva no reto do paciente, aliviando assim a obstrução.
Prolapso retal
Como resultado das repetidas pressões sobre a região anal (pela dificuldade de evacuar), o paciente pode apresentar o prolapso retal.
Essa condição ocorre quando a parte interna do reto fica do avesso, expondo toda a mucosa do ânus.
Em casos graves, pode ser necessária a intervenção cirúrgica, principalmente em pacientes adultos.
Geralmente, o tratamento envolve a diminuição da frequência do esforço, com o paciente defecando pelo menos três vezes por semana.
Recomendações finais
Como forma de promover um trânsito intestinal saudável, existem algumas recomendações primordiais que podem ser seguidas para manter a saúde, além de manter o acompanhamento profissional.
Limitar o consumo de alimentos que levam à constipação
Laticínios em excesso, alimentos ricos em gorduras saturadas e alimentos com baixo teor de fibras precisam ser evitados para prevenir a constipação.
É importante conhecer o próprio corpo e adaptar a alimentação de acordo com as necessidades e restrições individuais.
Realizar atividades físicas de forma regular
Atividades físicas regulares são importantes em qualquer aspecto da vida, inclusive para estimular a atividade intestinal.
Portanto, caminhar, correr ou praticar algum esporte são ótimas opções para prevenir a prisão de ventre (antes de iniciar qualquer exercício físico, é indispensável fazer um check-up e ter a validação de um médico).
Gerenciamento do estresse
O estresse pode agravar quadros de prisão de ventre. O intestino, na verdade, é conhecido como o segundo “cérebro” do corpo.
Isto porque ele possui seu próprio sistema de regulação e é ligado diretamente ao cérebro.
É comum que pessoas desenvolvam problemas intestinais em situações de muita irritação ou preocupação, por exemplo.
Assim, encontrar formas de gerenciar as emoções contribui para a melhora de um quadro de constipação, seja através de técnicas de relaxamento ou busca por ajuda psicológica.
Evitar o uso contínuo de laxantes
Mesmo que o laxante possa ser usado e ser útil para aliviar crises de constipação, seu uso excessivo pode tornar o estômago dependente, enfraquecendo-o e afetando negativamente a biota presente no órgão.
Dieta rica em fibras e consumo de água adequado
As fibras presentes nos alimentos são responsáveis por amolecer as fezes e facilitar a sua saída do intestino.
Portanto, são fundamentais nos hábitos alimentares de quem precisa combater o problema.
Além disso, a ingestão periódica de água mantém as fezes macias e hidratadas, favorecendo a evacuação.
Conclusão
Como visto no post “Constipação ou prisão de ventre: o que é, sintomas e o que fazer”, ao adotar uma dieta equilibrada, ricas em fibras e líquidos, além de manter um estilo de vida ativo, o indivíduo pode prevenir a constipação, mantendo um trânsito intestinal saudável.
Caso os sintomas sejam persistentes e preocupantes, deve-se buscar ajuda médica imediata para diagnóstico e tratamento adequados.
18/10/2024 • há um mês