Dia Nacional de Combate ao Fumo
Revisado pela Equipe de Redação da Medprev
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo é a principal causa de morte evitável no mundo todo, vitimando mais de 7 milhões de pessoas todos os anos. Por isso, no intuito de chamar atenção para esse problema de saúde pública, em 29 de agosto o Brasil comemora o Dia Nacional de Combate ao Fumo.
A data foi criada em 1986 e tem como objetivo sensibilizar e mobilizar a população sobre os riscos de doenças causadas pelo tabaco e os benefícios alcançados ao parar de fumar.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), do Ministério da Saúde, a maior parte das pessoas que fumam começa a fazer isso por volta dos 19 anos de idade.
Por isso, as ações do Dia Nacional de Combate ao Fumo visam à prevenção do tabagismo e se direcionam especialmente aos adolescentes e adultos jovens, que são o principal público-alvo da indústria do tabaco.
O tabagismo é uma doença que age diretamente no cérebro
Mais do que um hábito prejudicial, o tabagismo é uma doença crônica causada pela dependência da nicotina, uma substância que age no cérebro estimulando o centro do prazer, da mesma forma que ocorre com a cocaína e a heroína.
Com o uso contínuo de produtos derivados do tabaco, como cigarro, narguilé e charuto, entre outros, o cérebro se acostuma com as doses de nicotina consumidas regularmente. Assim, cria-se a tolerância à droga e passa a ser necessário obter quantidades cada vez maiores dessa substância para atingir a mesma sensação de prazer de antes.
Dessa forma, a pessoa precisa consumir cigarros e outros produtos derivados do tabaco em maior número e com maior frequência, caracterizando a dependência. Na falta da nicotina, o organismo pode sofrer sintomas muito desagradáveis de uma crise de abstinência.
A dependência da nicotina causa outras doenças
Além da forte dependência, a nicotina por si só causa efeitos prejudiciais ao organismo, como náuseas, vômitos, elevação da pressão arterial e aumento dos batimentos cardíacos.
Contudo, a nicotina não é a único substância nociva do cigarro, que contém cerca de 4,7 mil compostos perigosos, incluindo alcatrão, ácidos, solventes, metais pesados, elementos radioativos e componentes utilizados em veneno de rato.
Em função disso, a dependência é apenas um dos problemas do tabagismo, pois, junto com ela, também aumentam os riscos de outras 50 condições e doenças graves, como diversos tipos de câncer, doenças respiratórias (enfisema pulmonar, bronquite, asma), doenças cardiovasculares (angina, infarto, aneurisma, derrame, trombose), cegueira, impotência e infertilidade.
De acordo com o Inca, 90% de todos os casos de câncer de pulmão são causados pelo tabaco, e o prognóstico não é nada bom: por ser um dos tipos mais agressivos de neoplasia, estima-se que apenas 14% dos homens e 18% das mulheres sobrevivem por mais de cinco anos depois do diagnóstico.
Além disso, o fumo é a principal causa de 30% de outros tipos de câncer, como câncer de faringe, laringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rim e bexiga.
É possível parar de fumar em definitivo
Os métodos para parar de fumar incluem mudanças na rotina para reduzir o prazer associado ao cigarro, dicas para largar o hábito aos poucos ou de uma vez só e a utilização de produtos para substituir a nicotina, como pastilhas e gomas de mascar.
Contudo, em função da intensidade da dependência, é muito comum que uma pessoa precise fazer cerca de três a quatro tentativas até conseguir cessar o tabagismo. Isso acontece devido à síndrome de abstinência, que inclui sintomas como:
- Dor de cabeça;
- Tonturas;
- Agitação;
- Ansiedade;
- Irritabilidade;
- Tremores;
- Insônia ou sonolência excessiva;
- Dificuldade de concentração;
- Fissura (vontade muito intensa de fumar).
A síndrome da abstinência também envolve um fortíssimo componente psicológico, pois o cigarro muitas vezes traz uma espécie de conforto emocional.
Além disso, o ato de fumar costuma estar associado a diversos comportamentos, como tomar café, fazer uma pausa no trabalho ou consumir bebidas alcoólicas. Dessa forma, combater o condicionamento é um dos maiores desafios de quem tenta largar o tabaco.
Apesar disso, os benefícios de parar de fumar são incomparavelmente maiores do que as dificuldades do processo – e é essencial ter em mente que as crises de abstinência são temporárias, diminuindo gradativamente a partir do terceiro dia.
Se você está passando por isso, saiba que não é preciso enfrentar essas crises sozinho, pois existem tratamentos para ajudar você a abandonar o tabaco de vez.
Uma das abordagens com maior taxa de sucesso é a associação entre medicamentos prescritos pelo médico psiquiatra e o acompanhamento feito pelo psicólogo, de forma a restabelecer o equilíbrio bioquímico do cérebro e combater os sintomas da abstinência ao mesmo tempo em que se desenvolvem estratégias para romper o condicionamento.
O melhor tratamento varia de pessoa para pessoa e depende da intensidade da dependência, da idade em que a pessoa começou a fumar, da ocorrência do tabagismo na família e das tentativas anteriores de abandonar o cigarro.
Que tal aproveitar o Dia Nacional de Combate ao Fumo para dar esse novo passo? Utilize o aplicativo do MEDPREV para agendar sua consulta com o psiquiatra ou o psicólogo e pare de fumar definitivamente!
Fonte(s): Saúde Abril, INCA, BVSMS, UNIFESP e Nações Unidas Brasil
24/02/2022 • há 2 anos