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Setembro Amarelo: campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio

Revisado pela Equipe de Redação da Medprev

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Se você costuma utilizar redes sociais com frequência, é possível que tenha se deparado com textos e imagens sobre o Setembro Amarelo – ou, talvez, tenha observado que algum dos seus amigos colocou uma referência a essa campanha na foto de perfil.

Mas você sabe o que é Setembro Amarelo? Setembro Amarelo é uma campanha nascida no Brasil para conscientizar a população sobre a prevenção do suicídio, um assunto que ainda é um grande tabu, mas que precisa ser discutido.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o suicídio é um problema de saúde pública que causa uma morte a cada 40 segundos no mundo todo. No período de um ano, são registrados 1 milhão de suicídios, correspondendo à terceira maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos e a sétima entre crianças de 10 a 14 anos.

Como surgiu o Setembro Amarelo

O Setembro Amarelo surgiu a partir da dor de uma família dos Estados Unidos que perdeu seu filho para o suicídio em 1994. Mike Emme era um jovem de 17 anos que tinha um grande talento para a mecânica – tanto que sua grande paixão era um Mustang 68 que ele havia restaurado e pintado de amarelo.

Sem que as pessoas mais próximas tivessem percebido qualquer sinal, Mike tirou sua própria vida dirigindo seu Mustang. Para homenageá-lo em seu funeral, seus amigos e familiares prepararam uma cesta com 500 cartões presos a fitas amarelas com mensagens de apoio para quem estivesse passando pela mesma situação que o rapaz.

setembro amarelo depressão

Os cartões se espalharam pelo país e, em pouco tempo, a ideia se transformou em programa de prevenção ao suicídio liderado pelos pais de Mike, Dale e Darlene Emme. A campanha ficou conhecida como “yellow ribbon” (“fita amarela”).

Em 2003, a OMS adotou setembro como o mês da prevenção ao suicídio, estabelecendo o dia 10 de setembro como Dia Mundial de Luta contra o Suicídio.

No Brasil, desde 2014 instituições como o Centro de Valorização da Vida (CVV), a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) têm realizado ações de conscientização e prevenção desse problema. Assim, unindo-se o mês de combate ao suicídio escolhido pela OMS e a cor associada a Mike Emme, nascia o Setembro Amarelo.

Qual a importância do Setembro Amarelo?

Estima-se que, em algum momento, 17% dos brasileiros já cogitaram tirar a própria vida. Porém, apesar de ser um problema de saúde pública tão relevante, o suicídio ainda é um tabu sobre o qual grande parte das pessoas prefere não falar.

De acordo com a OMS, o suicídio pode ser prevenido quando os fatores de risco são detectados e abordados precocemente. Contudo, a escolha por não debater o assunto acaba agravando a situação, pois assim se torna mais difícil que os sinais sejam reconhecidos por familiares e profissionais de saúde, impedindo que a pessoa em risco receba ajuda.

suicídio setembro amarelo

Estima-se que quase 100% das pessoas suicidas sofriam com algum transtorno mental, mas mais da metade delas nunca se consultou com o psiquiatra, o médico especialista em saúde mental e que mais poderia evitar essas mortes.

Isso acontece porque o suicídio ainda é um assunto considerado “proibido” por questões religiosas, culturais e morais, de forma que tanto a pessoa com pensamentos suicidas quanto a sua família podem ter receio ou vergonha de pedir ajuda.

É justamente neste ponto que o Setembro Amarelo atua: trata-se de uma campanha que busca ampliar o diálogo e a percepção dos profissionais de saúde e da população em geral sobre o suicídio, aumentando as chances de que as pessoas que estejam cogitando tirar a própria vida recebam o tratamento adequado.

Fatores de risco do suicídio

Embora não seja possível prever com exatidão quando ou se uma pessoa vai se suicidar, existem alguns fatores de risco bem conhecidos que aumentam as chances de que isso aconteça. Há dois fatores principais:

  • Tentativas anteriores de suicídio: as pessoas que já tentaram tirar a própria vida têm 5 a 6 vezes mais chances de fazer isso novamente. Entre aquelas que de fato se suicidaram, metade já havia realizado uma tentativa anterior;
  • Transtornos mentais: quase todos os suicidas apresentavam doenças como depressão, transtorno bipolar, alcoolismo e dependência de outras drogas, transtornos de personalidade e esquizofrenia. Em grande parte dos casos, essas doenças não haviam sido diagnosticadas ou não estavam sendo tratadas de forma adequada.

setembro amarelo suicídio

Além desses dois aspectos, existem outros fatores de risco ao qual se deve prestar atenção:

  • Combinação de sentimento de desesperança e impulsividade;
  • Adolescentes e jovens com histórico de problemas familiares, escolares e sociais;
  • Maus tratos ou abuso físico ou sexual na infância;
  • Dependência de substâncias;
  • Idosos que perderam o cônjuge ou sofrem com doenças degenerativas;
  • Desemprego e problemas financeiros;
  • Gênero masculino (os óbitos por suicídio são três vezes mais comuns entre os homens);
  • Conflitos relacionados à identidade sexual;
  • Doenças crônicas não psiquiátricas, como HIV, doença de Parkinson, epilepsia e lúpus.

Como ajudar uma pessoa em risco de suicídio

A pessoa em risco de cometer suicídio costuma dar vários sinais, como externar pensamentos suicidas (“Minha vontade é morrer”, “Logo vocês vão estar livres de mim” etc.), se isolar e preparar rituais de despedida (como distribuir objetos pessoais a pessoas próximas).

Ao perceber que uma pessoa apresenta tais comportamentos, é essencial incentivá-la a buscar ajuda médica, de preferência com o psiquiatra. É importante se oferecer para acompanhar a pessoa na primeira consulta, manter contato frequente e se mostrar disponível para ouvi-la sem fazer julgamentos.

Estima-se que 90% das mortes por suicídio poderiam ser evitadas. Se você precisar de ajuda ou perceber que uma pessoa próxima está em risco, utilize o site ou o aplicativo do MEDPREV para marcar uma consulta com o médico psiquiatra o mais rápido possível.

26/10/2022   •   há um ano


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