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Por que o coronavírus se espalha tão rápido e o que podemos fazer para não sobrecarregar o sistema de saúde?

Revisado pela Equipe de Redação da Medprev

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Na última semana os brasileiros estão vivendo dias atípicos. Comércio fechado, restrições em aeroportos e trabalho remoto são as algumas das medidas adotadas pelo governo para conter o surto de coronavírus, pandemia declarada pela OMS e que já matou mais de 11 mil pessoas em todo o mundo.

Apesar das medidas preventivas serem recomendadas pelos especialistas, muitas pessoas ainda se perguntam se tudo isso é mesmo necessário. Para compreender a gravidade da situação, precisamos entender primeiramente por que o coronavírus se espalha tão rápido e quais são as consequências de não reduzir o contágio agora para o sistema de saúde.

Por que o coronavírus se espalha tão rápido?

Desde que o primeiro caso de Covid-19 foi registrado na província de Wuhan, na China, e, 12 de dezembro de 2019, se passaram pouco mais de três meses. De lá para cá já são mais de 260 mil pacientes infectados e 11 mil mortes em todo o mundo. A doença já foi confirmada em 118 países e tem provocado pânico na população.

Porém, o que mais contribui para que a pandemia se agrave é a rapidez com que o vírus se espalha. O principal problema é que mesmo pacientes sem sintomas são capazes de transmitir o vírus. Um estudo realizado por norte-americanos e chineses publicado no periódico Science apontou que dois terços das infecções foram transmitidas por pacientes sem sintomas.

Some a isso o fato de que o coronavírus é um vírus capaz de sobreviver até 72 horas em algumas superfícies, como plástico e alumínio. Isso torna as medidas de limpeza mais do que necessárias, mas só elas podem não ser suficientes para conter o avanço da pandemia.

Outra explicação: análises genéticas preliminares identificaram uma proteína na superfície do vírus que é capaz de infectar as células humanas com muita rapidez. O Covid-19 infecta as células atacando uma proteína chamada furina, a mesma atacada em casos de ebola e HIV. Como a furina está presente em vários tecidos humanos, isso significa que ela é capaz de atacar vários órgãos, especialmente os pulmões, o fígado e o intestino.

Portanto, diminuir o contato social é a medida mais urgente para conter a propagação. Sem as medidas preventivas os números poderiam ser ainda mais alarmantes e gerar consequências insustentáveis para os sistemas de saúde em todo o mundo.

O que podemos fazer para não sobrecarregar o sistema de saúde?

Levando em consideração o que vem ocorrendo na Itália, os especialistas apontam que ficar em casa é a melhor maneira de evitar a propagação do vírus. No início da pandemia na Itália, um país com população predominantemente mais velha, já são mais de 4 mil mortos e mais de 38 mil casos ativos.

Não há leitos hospitalares suficientes para dar conta de tamanha quantidade de pessoas internadas ao mesmo tempo – isso sem contar os que estão hospitalizados por outras doenças. O resultado disso é que alguns estabelecimentos têm sido obrigados a escolher quais pacientes serão tratados ou não, deixando muitos outros em os cuidados necessários.

Por lá, as medidas de contenção como o fechamento do comércio e a restrição de circulação no país foram tomadas tarde demais, não havendo tempo suficiente para achatar a curva de contágio. A situação vem sendo comparada à de um período de guerra. Somente no dia 19 de março foram 675 mortes.

A experiência até agora tem mostrado que os países que foram mais eficientes para identificar e isolar os pacientes infectados obtiveram melhor êxito, vendo o crescimento da curva de contágio ser menor do que o de outras localidades. Coreia do Sul, Singapura e Hong Kong são exemplos de países que têm conseguido lidar relativamente bem com a situação.

No caso do Brasil, os primeiros dias de contágio mostram uma curva de transmissão muito parecida com a da Itália e, por essa razão, foi preciso ligar o alerta. A expectativa é que a suspenção das atividades comerciais reduza os deslocamentos e a velocidade de contágio, garantindo que não haja sobrecarga no sistema de saúde.

24/10/2022   •   há um ano